Shannon Leto há de perdoar os porto-alegrenses, mas a atração mais esperada sábado (29) à noite, no Pepsi on Stage, é o caçula Jared, frontman da banda californiana Thirty Seconds to Mars, que se apresenta pela primeira vez na Capital. Cantor, compositor, ator e diretor, Jared Leto é sempre um show à parte.
O carismático e extravagante multiartista tem o hábito de interagir o tempo todo com o público, chamando pessoas ao palco ou ele mesmo indo para o meio da multidão. Em 2013, para surpresa de quem assistia à banda no Rock in Rio, desceu a famosa tirolesa do evento em meio à apresentação do grupo, atitude que repetiu na edição do ano passado do festival.
Agora, ao lado de Shannon, traz ao Brasil a turnê The Monolith Tour, que apresenta seu quinto trabalho de estúdio, America. A própria capa do álbum dita um pouco do estilo da banda: são diferentes versões, todas trazendo uma lista temática com itens que vão desde famosas posições sexuais a celebridades. No site do grupo, inclusive, é possível personalizar a sua, gerar a imagem e compartilhar onde quiser.
Mas a versatilidade de Jared Leto vai bem além da música. Como ator, em 1994, após dois anos de pequenos papéis, encarnou o personagem Jordan Catalano na série televisiva Minha Vida de Cão. Foi o início de uma carreira que o levaria a vencer o Oscar de melhor ator coadjuvante em 2014, por sua interpretação em Clube de Compras Dallas como a transexual Rayon. Para o filme, o ator/cantor/etc emagreceu 14 quilos e depilou todo o corpo.
Aliás, mudanças físicas extremas não o assustam. Em Capítulo 27 (2007), Jared ficou irreconhecível no papel de Mark David Chapman, assassino de John Lennon, para o qual engordou quase 30 quilos. Já para encarnar o Coringa, de Esquadrão Suicida (2016), Leto raspou as sobrancelhas, cortou os longos cabelos e pintou-os de verde, além de, novamente, adquirir alguns quilinhos a mais. Fãs de carteirinha das HQs criticaram o visual cafetão moderno do vilão, mas é inegável que o ator se atira de cabeça sempre que recebe um novo desafio, seja na música ou no cinema.
Arte sempre foi incentivada pela mãe
A infância de Jared, 46 anos (mas com carinha de 20), e Shannon, 48, não foi muito equilibrada. O caçula tinha apenas dois anos quando seus pais se separaram. Constance, a mãe, deu conta sozinha da criação dos garotos, pelo menos até se casar com o médico italiano Carl Leto, que os adotou e de quem assumiram o sobrenome.
Piano, guitarra e bateria estiveram presentes na vida dos irmãos desde muito cedo. Shannon, ou Shanimal, como é conhecido pelos fãs, credita sua vida à música, já que tanto ele quanto Jared tiveram problemas com drogas na adolescência. Aliás, ambos demonstram sua gratidão e admiração pela mãe sempre que podem. Tanto que é comum Jared levá-la como acompanhante em grandes eventos, como a cerimônia do Oscar em que foi premiado.
Formada em 1998, a banda Thirty Seconds to Mars é consequência do incentivo artístico dado aos filhos por Constance. O primeiro álbum, lançado em 2002, foi produzido integralmente pelos irmãos e vendeu 750 mil cópias em todo o mundo.
Por tudo isso, mais do que um show, o que Porto Alegre deve presenciar neste sábado é o resultado de uma forte ligação familiar com a arte. Talvez esse seja o motivo de Jared Leto ter tão intrinsecamente o dom de fazer o público se sentir como se estivesse em uma festa com amigos. E que amigos.
Thirty Seconds To Mars
- Sábado (29), às 21h
- Pepsi On Stage (Av. Severo Dullius, 1.995)
- Classificação etária: 14 anos
- Ingressos: R$ 170 (pista), R$ 240 (mezanino) e R$ 260 (pista premium)
- Vendas: sem taxa de conveniência, no Pier X, no Shopping Iguatemi (Av. João Wallig, 1.800), das 12h às 15h e das 16h às 20h; ou com taxa, pelo site livepass.com.br