Amigos, parentes e leitores celebraram neste domingo (29), no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, em Porto Alegre, a trajetória literária do escritor, cineasta e roteirista Tabajara Ruas. Patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, Ruas participou de um bate-papo no Auditório Barbosa Lessa-Espaço Força e Luz com as escritoras Hilda Simões Lopes e Leticia Wierzchowski e o professor Sergius Gonzaga.
O encontro com os amigos e o público, que lotaram o espaço, foi uma forma de homenagear a carreira do autor de obras como Os Varões Assinalados e Netto Perde Sua Alma. Sensibilizado com o carinho e o reconhecimento pela sua trajetória, Ruas, 81 anos, não escondeu a emoção.
— Depois de chegar nessa fase da vida e as pessoas estão dando atenção para o que a gente faz é muito bom. Para mim fica claro que o que eu escrevi ao longo dos últimos 50 anos de alguma maneira ficou. As pessoas estão querendo saber mais. Estou de certa maneira bem contente com o que está acontecendo — afirmou.
No mesmo dia, Ruas relançou Você Sabe de Onde Eu Venho, um livro sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial que conta a história da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Ele destaca que a obra trata da conquista brasileira na batalha de Monte Castello.
O nome do livro é uma referência ao primeiro verso da Canção do Expedicionário. Ele destacou que o romance é tem semelhanças com Varões Assinalados.
— Essa história que eu conto é a história do Brasil na Segunda Guerra Mundial. É bem compacto, conto toda a história da batalha de Monte Castello, uma grande façanha brasileira. Praticamente a história toda se resume na tomada de Monte Castello — destacou.
Para Hilda, a homenagem faz jus à trajetória literária de Ruas.
— A obra do Tabajara é importantíssima. Em termos de Rio Grande do Sul é óbvio, porque ele tem uma literatura histórica, riquíssima. Os exemplares Varões Assinalados e Netto Perde Sua alma são obras que têm caráter sociológico — avaliou.
Gonzaga afirmou que Ruas é um dos grandes escritores brasileiros.
— Ele tem algo que não é muito comum na literatura contemporânea brasileira, que é a ambição, uma grande ambição. Uma ambição acima da média. É uma ambição de abrangência do mundo, de contar o mundo de narrar o mundo — pontuou.