Eleito patrono da 69ª Feira do Livro de Porto Alegre, o escritor e cineasta Tabajara Ruas conversou brevemente com GZH sobre seus projetos e sua relação com o evento. A escolha foi divulgada na manhã desta quinta-feira (10) pela Câmara Rio-Grandense do Livro (CRL), no Hotel Master Express, no centro da Capital. A Feira do Livro deste ano irá tomar a Praça da Alfândega de 27 de outubro a 15 de novembro.
O anúncio foi um presente de aniversário para o autor: ele completa 81 anos nesta sexta-feira (11). Marcelino Tabajara Gutierrez Ruas nasceu em Uruguaiana, na Fronteira Oeste. Formado em Arquitetura, sua trajetória se direcionou para a literatura e o cinema.
A seguir, confira a entrevista.
Como você recebeu a notícia de que seria o patrono da Feira do Livro?
Foi, evidentemente, uma surpresa agradável. Há muito tempo eu pensei que estava fora desse circuito, até porque não frequento muito muito essa coisa aqui. Com certeza foi uma situação que enche a gente de alegria e prazer. Dá vontade de trabalhar mais, de fazer mais coisas ainda com a literatura e o cinema. Pretendo continuar trabalhando e fazendo as coisas andarem.
Como é a sua relação com a Feira do Livro de Porto Alegre?
É muito íntima. Eu conheço a Feira há 50 e tantos anos. Em todos os anos da Feira, praticamente, eu andei pelos caminhos aqui da praça, procurando livros e vendo quais são as novidades. Acho que isso é essencial.
Como você pretende marcar a sua passagem como patrono?
Gostaria de que eu fosse lembrado como alguém que ajudou muito a difusão do livro, algo que é fundamental ainda hoje. Houve uma campanha contra o livro, uma força que vinha (contra) do governo federal anterior. Estamos lutando contra esse sistema para afastá-lo o máximo possível e deixar que isso flua com naturalidade.
A Feira do Livro tem enfrentado dificuldades financeiras este ano. O evento acabou ficando de fora da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). A Câmara Rio-Grandense do Livro apontou esses dias que faltava cerca de R$ 400 mil, o que poderia levar à redução de atividades tradicionais. Como você, agora patrono, avalia esse cenário? Por que é importante a iniciativa privada acreditar na Feira?
Acho que é fundamental para qualquer empresa que se preze acreditar na Feira do Livro. O evento é um farol para toda civilização, para todas as pessoas que têm uma visão do futuro, que acreditam na possibilidade de transformar a sociedade, e acho que a Feira faz parte disso com muita força. Espero que essas nuvens desapareçam e a gente veja o sol brilhando.
Ano passado você estava filmando Perseguição e Cerco a Juvêncio. Como está o projeto? Alguma previsão de lançamento?
Está encaminhado, já teve o primeiro corte. Nós vamos preparar o filme para lançá-lo ano que vem. Estou bem otimista e entusiasmado com o longa, acho que é um filme bem interessante. Espero que seja marcante na minha trajetória. Estou bem esperançoso.
Que outros projetos você anda envolvido?
Vou lançar um livro este ano que se chama Você Sabe de Onde Venho. É a história da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Em breve estará por aí.