Os clássicos e pioneiros do cinema gaúcho. A Porto Alegre dos anos 1980. Os filmes rodados no Interior. As animações. Os documentários. A diversidade contemporânea. De fato, há uma pluralidade na produção do audiovisual do Estado, o que pode ser conferido em 50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho. Trazendo 50 artigos escritos por 50 críticos, o livro será lançado no próximo domingo, dia 20, às 11h, na Sala Radamés Gnattali do Auditório Araújo Vianna.
Informações sobre como adquirir o título poderão ser obtidas pelo site accirs.com.br, após o lançamento oficial, a partir de segunda-feira, dia 21. Já a versão digital chegará em 25 de março.
A obra é uma realização da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (ACCIRS), em parceria com a Opinião Produtora. Aprovado no Pró-Cultura/Governo do Estado do RS, o projeto conta com a organização dos críticos Daniel Feix, Fatimarlei Lunardelli, Ivonete Pinto, Mônica Kanitz e Rafael Valles. A jornalista e crítica Maria do Rosário Caetano assina a apresentação.
A inspiração para o projeto veio do livro 100 Melhores Filmes Brasileiros, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), publicado em 2016. No entanto, a entidade buscou evitar uma eleição de melhores produções gaúchas, optando pelas visões singulares de cada autor.
Os críticos puderam escolher livremente cada título, tendo a liberdade de fazer a abordagem que lhe fosse mais confortável. Então, 50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho reúne desde análises sócio-histórico-culturais a relatos particulares.
— Todo mundo escreveu sobre o filme que julgava importante, por razões afetivas ou porque o título o afetou de alguma maneira — descreve Fatimarlei, presidente da Accirs. — Por exemplo, o filme foi importante porque foi rodado na cidade do autor. Ou porque o crítico integrou o elenco. Ou por causa do impacto que a geração do articulista sentiu ao assistir à obra.
Pioneiros
Apesar dos critérios particulares da seleção, não ficaram de fora os filmes seminais do cinema do Estado. Caso do primeiro longa-metragem gaúcho sonoro, Vento Norte (1951), de Salomão Scliar. Também há Anahy de las Misiones (1997), de Sérgio Silva, uma das produções que simbolizam a retomada da produção audiovisual do Estado após o fim da Embrafilme. Outro título importante que o livro traz é Deu pra Ti, Anos 70 (1981), de Giba Assis Brasil e Nelson Nadotti, que retrata em câmera super-8 um Bom Fim que atravessava um período de efervescência cultural, política e comportamental.
O criativo e bem humorado O Homem que Copiava (2003), de Jorge Furtado, também não fica de fora. Aliás, outro clássico do cineasta — e também das salas de aula do país —, o curta-metragem Ilha das Flores (1989), marca presença.
Tendo estrelado 12 longas entre 1967 e 1981, que costumavam atrair multidões aos cinemas, Teixeirinha também está no livro 50 Olhares da Crítica Sobre o Cinema Gaúcho, com Coração de Luto (1967).
Além disso, há de tudo um pouco no livro: títulos autorais e intimistas; produções de baixo orçamento da era digital; longas fantásticos e de terror; animações; filme indígena; obra sem diálogo; documentários de linguagens variadas (experimentais, ensaios ou expositivos); filmes urbanos ou no campo. Pode-se perceber uma geografia diversa do Estado registrada pelos olhares dos críticos.
Fatimarlei frisa que a publicação traz tudo aquilo não poderia faltar em hipótese nenhuma quando se fala em um livro sobre cinema gaúcho:
— Estou muito contente com o resultado que a gente alcançou. Partindo por esse viés da importância do filme para quem escreve sobre ele, obtivemos um mosaico muito diversificado da produção local, com olhares bastante singulares. O valor desta obra está no fato de que consegue trazer uma extraordinária visão de conjunto do cinema do Rio Grande do Sul.
Além do lançamento do livro, está nos planos da Accirs promover exibições dos filmes em streaming e em emissora de TV. Também está previsto um curso para interessados em aprofundar este recorte do cinema gaúcho representado pela obra. Segundo a associação, as ações serão divulgadas em momento oportuno.
50 Olhares da Crítica sobre o Cinema Gaúcho
Lançamento no próximo domingo, dia 20, às 11h, na Sala Radamés Gnattali do Auditório Araújo Vianna (Parque Farroupilha, 685, Porto Alegre)
Preço: R$ 50