As atividades em instituições culturais foram gradualmente retomadas em Porto Alegre nesta terça-feira (29). Espaços geridos pela Prefeitura, como a Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães, as pinacotecas Aldo Locatelli e Ruben Berta e o Museu de Porto Alegre Joaquim Felizardo, exigem agendamento prévio dos visitantes e seguem diversas normas de segurança para a contenção do coronavírus.
A Biblioteca Municipal, por exemplo, recebe solicitações de livros por e-mail e faz as entregas na entrada da instituição, já que não é permitido o acesso do público no acervo. Apesar de tímida, a retomada animou quem estava acostumado a frequentar o espaço.
— Eu sempre pegava livros antes, quando a biblioteca estava funcionando, e estava sentido bastante falta de ler porque não consegui me adaptar à leitura digital. Me dá um prazer maior ler o livro físico — conta a catsitter Nubia Moreno Rech, de 50 anos.
A diretora da biblioteca, Renata Borges, conta que a equipe flexibilizou o empréstimo de livros para 30 dias, além de permitir que mais de cinco volumes sejam alugados por cada pessoa. Outra novidade é que os títulos doados ficam numa espécie de quarentena durante 15 dias até serem disponibilizados ao público.
Após meses sem receber visitantes, a bibliotecária diz que o retorno é gratificante:
— Estávamos loucos para voltar. Depois que disparamos os e-mails avisando o público (sobre a reabertura), recebemos mensagens muito queridas, não só pedindo empréstimos, mas comemorando nosso retorno.
Para o advogado Carlos Garcia, de 61 anos, mais do que entretenimento, os livros são uma companhia em tempos de pandemia:
— O que mais senti falta nesse isolamento social foram dos livros para ler. Como eu não vejo televisão, meu lazer em casa é ficar em casa ouvindo rádio e lendo. Sem livros, ficou muito ruim. Com livros, esse isolamento pode durar o tempo que durar.