Duas exposições inéditas, uma delas apresentando uma faceta pouco conhecida de um dos artistas brasileiros mais importantes do século 20, são bons motivos para sair de casa neste fim de semana. Com um rigoroso protocolo de segurança sanitária, a Fundação Iberê Camargo (FIC) reabre neste sábado (19) as portas ao público, com visitas em grupos de 15 pessoas por hora, mediante marcação prévia pela plataforma Sympla. A instituição passa a operar de sexta a domingo, das 14h às 18h.
Na hora em que realiza a reserva, o visitante deve fazer uma contribuição, com valores que oscilam entre R$ 20 (individual) e R$ 70 (visita em dupla, com catálogo e estacionamento inclusos). Ao entrar no local, o público passará por um tapete de desinfecção, aferição de temperatura e, obrigatoriamente, deve usar máscara e higienizar as mãos. Toda a visita será orientada por monitores do espaço cultural — a FIC estima que cerca de 20 funcionários participam de toda a operação, da segurança ao controle de público.
Nesta reabertura, o espaço cultural preparou duas mostras inéditas, a exposição Iberê Camargo – O Fio de Ariadne, sob a curadoria de Denise Mattar e Gustavo Possamai, e a coleção Tudo Vem do Nosso Pátio, com gravuras assinadas por 34 artistas gaúchos de diferentes trajetórias do projeto Artista Convidado do Ateliê da Gravura.
O público começa a visita pelo O Fio de Ariadne, no primeiro andar, e depois segue para as gravuras, no átrio. O Fio de Ariadne expõe 37 cerâmicas e sete tapeçarias de coleções públicas e particulares de Lisboa, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. As porcelanas foram produzidas pelo próprio Iberê, em um trabalho até então pouco conhecido dele, entre as décadas de 1960 e 1970, e são complementadas por uma cronologia ilustrada.
Esta linha temporal apresenta algumas das mulheres que marcaram presença na vida do artista. Essas mulheres são apresentadas por meio de fotos, biografias e depoimentos de personalidades como a esposa de Iberê, Maria Coussirat Camargo, a escritora Clarice Lispector, a cantora Adriana Calcanhotto e a atriz Fernanda Montenegro.
A exposição Tudo Vem do Nosso Pátio traz produções em metal e trabalhos em referência ao edifício do espaço cultural e seu entorno, a Iberê e ao ofício da gravura. Entre os artistas, estão nomes como Cristiano Lenhardt, Daniel Escobar, Rafael Pagatini e Walmor Corrêa. Para dialogar com esses profissionais, foram selecionadas gravuras e pinturas de Iberê Camargo realizadas entre 1989 e 1992.
Para os próximos meses, a FIC vai organizar seu espaço a partir do resultado de seu primeiro leilão online. Segundo superintendente da fundação, Emilio Kalil, foram arrecadados cerca de R$ 800 mil na ação. Dos 148 lotes, cerca de 30 ainda seguem disponíveis para compra no local.
O calendário de próximas atrações também já tem uma exposição confirmada: Pardo É Papel, do artista carioca Maxwell Alexandre, a partir de 17 de outubro. A mostra retrata uma poética urbana que passa pela construção de narrativas e cenas estruturadas a partir de vivência cotidiana de Maxwell pelo Rio de Janeiro e pela Rocinha, onde nasceu, trabalha e reside.
> FUNDAÇÃO IBERÊ CAMARGO
Av. Padre Cacique, 2.000.
Visitação das 14h às 18h, com hora marcada via Sympla.
Mais informações: (51) 3247-8000.
Contribuições: R$ 20 (individual), R$ 30 (dupla), R$ 40 (dupla, mais um catálogo) e R$ 70 (visita em dupla, com catálogo e estacionamento inclusos).