Conhecido como jornalista especializado em questões de segurança, Renato Dornelles realiza sua estreia na ficção com A Cor da Esperança, romance que lança na segunda-feira (9), às 20h, no Centro Municipal de Cultura (Av. Erico Verissimo, 307), em Porto Alegre. Trata-se de uma rara narrativa que toma um bairro periférico da Capital como cenário, espaço que pouco a pouco ganha maior atenção dos romancistas — a exemplo de Jeferson Tenório, com Estela Sem Deus (2018), e Paulo Scott, com Marrom e Amarelo (2019).
A Esperança do título é uma senhora octogenária, matriarca de uma extensa família. Exemplo de resistência, conhecimento e afeto para filhos e netos, ela é capaz de manter a unidade entre os familiares apesar dos desencontros e das dificuldades enfrentadas. Na trama, Esperança fica diante de um novo desafio: impedir que um grupo de traficantes se instale e controle o bairro em que mora, a Restinga Velha.
Com a experiência de mais de 30 anos como jornalista, desvendando relações entre quadrilhas do Estado e documentando a vida em presídios, Renato Dornelles faz de A Cor da Esperança um romance que apresenta aos leitores a formação e as consequência do crime organizado na Capital. É a ficção sendo usada para descortinar uma realidade que se esconde — e que muita gente não quer enxergar.
- A Cor da Esperança, de Renato Dornelles. Romance, Falange Produções, R$ 35. Lançamento na segunda-feira (9), às 20h, no Centro Municipal de Cultura (Erico Verissimo, 307), em Porto Alegre.