O final de semana de sol fez brilhar sentimento de alívio nas bancas da Feira do Livro de Porto Alegre. A alta na movimentação entre sábado e domingo, dizem expositores, amenizou parte da frustração resultante dos negócios nos dias anteriores.
– Até sexta, a Feira estava bem fraca. No final de semana, mais pessoas vieram em busca de livros. O tempo contribuiu – relata o dono da banca da Livraria Cervo, João Claudio Cervo.
Proprietária de uma livrolocadora na Capital, Niltamara Severo Freitas foi uma das pessoas que aproveitaram o domingo de sol para ir às compras na Praça da Alfândega. Acompanhada pelo marido, Angelo, ela conta ter adquirido 10 títulos de estilos variados:
– O passeio pela Feira é sempre agradável. O que compramos será usado na livrolocadora.
Na área infantil e juvenil, o expositor Paulo Sá, da Livraria Nova Era, também elogiou a alta na movimentação no final de semana. No entanto, prevê que as vendas devem cair em relação ao ano passado. A projeção, afirma, é de resultado cerca de 20% inferior:
– Isso está relacionado com a crise econômica. Também dependemos muito das vendas para professores. Muitos deles estão recebendo salários parcelados aqui no Estado.
Durante o domingo, o analista de sistemas Maurício Manghi e a vendedora Adriana Terracciano passearam com o filho, João, pelas bancas da área voltada aos leitores mais jovens. Em uma sacola, o casal de Porto Alegre levava dois títulos com histórias infantis para o menino.
– Temos preocupação de ler desde cedo para ele – frisa Adriana.
A poucos metros da área infantil e juvenil, Ademilson Franchini, morador do centro da Capital, vasculhava balaios com obras usadas. O preço menor serviu como atrativo:
– Comprei uns seis ou sete livros.
A presença de obras com valor reduzido na Feira também foi destacada pelos expositores. Dono da banca da Livros do Sul, Marcelo Martins Grubel estima que 85% de suas vendas venham do que é ofertado nos saldos.
– Vendemos um por R$ 10 e três por R$ 25. A Feira está boa. Não dá para reclamar – declara, confiante.