Charles Chaplin foi um dos maiores gênios da história do cinema, mas sua vida foi também um roteiro cheio de reviravoltas, perfazendo um arco dramático completo. Essa história é contada no espetáculo Chaplin, o Musical, que será apresentado desta sexta (26) a domingo (28) no Teatro do Sesi, em Porto Alegre.
Produzida por Claudia Raia e Sandro Chaim, a versão brasileira do musical da Broadway escrito por Christopher Curtis e Thomas Meehan estreou em 2015, em São Paulo, mas ficou em cartaz apenas cinco meses. Com a crise econômica, a montagem aguardou o momento certo para retornar, o que ocorreu em maio deste ano.
Traduzida por Miguel Falabella e dirigida por Mariano Detry, a versão brasileira tem mudanças em relação à montagem original americana de 2012. As alterações foram realizadas pelo próprio Curtis, que retirou cenas e acrescentou outras, além de compor cinco canções e duas vinhetas especialmente para o Brasil.
– Nossa versão foi, na verdade, uma reestreia mundial e depois foi vendida para a Suécia. Está sendo montada ao redor do mundo, o que nos deixa muito orgulhosos – comemora o ator Jarbas Homem de Mello, que interpreta o papel de Chaplin no musical.
Gaúcho de Novo Hamburgo, Mello pôde ser visto pelo público porto-alegrense, em 2014, no musical Crazy for You, que protagonizou ao lado de Claudia Raia, sua mulher. Antes, eles haviam trabalhado juntos em Pernas pro Ar (2009) e Cabaret (2012), também apresentados na Capital. Para encarnar o mítico Chaplin, o ator passou seis meses aprendendo técnicas de circo, violino, patinação e qualquer outra habilidade que o ajudasse a entender o corpo do criador de Carlitos, além de assistir a todos os seus filmes e ler os livros aos quais teve acesso, incluindo a autobiografia de 1964.
– Entendi que precisava me aproximar o máximo possível dos talentos que ele tinha. Não queria fazer só uma imitação, mas compreender como ele havia criado Carlitos. Depois da minha preparação, para minha surpresa, meu corpo já estava indo por esse caminho sozinho – conta Mello, que lidera um elenco de 23 atores (entre eles, duas crianças), em um total de 65 profissionais envolvidos.
Virtuose, o ator revive Chaplin dos 13 aos 82 anos, mostrando os bastidores da criação de seus mais icônicos filmes, como Tempos Modernos (1936) e O Grande Ditador (1940), e sua relação com pessoas importantes de sua trajetória, como o irmão mais velho, Sidney (Juan Alba, no papel que foi de Marcello Anthony em 2015); a mãe (Naíma); a quarta e última esposa, Oona O’Neill (Myra Ruiz), filha do grande dramaturgo Eugene O’Neill; o empresário Fred Karno (Julio Assad); e Mack Sennett (Paulo Goulart Filho), fundador do Keystone, estúdio que promoveu sua estreia no cinema.
Últimos anos e morte na Suíça
Nascido em Londres, em 1889, filho de um artista de music hall e de uma cantora, Chaplin passou a infância aos cuidados da mãe depois que os pais se separaram, estreando nos palcos aos cinco anos – a mãe viria a ser internada por problemas mentais.
Revelado para o cinema durante uma turnê pelos Estados Unidos, criou seu inesquecível personagem Carlitos, virou estrela de Hollywood e ganhou fortuna, mas acabou sendo acusado de relações com o comunismo durante a caça às bruxas promovida pelo macarthismo.
Exilou-se dos Estados Unidos, país do qual guardou profunda mágoa e para onde retornou apenas depois de 20 anos, em 1972, quando recebeu um Oscar especial pelo conjunto da obra. Na ocasião, foi aplaudido durante 12 minutos. Seus últimos anos, contudo, foram vividos com Oona em Corsier-sur-Vevey, na Suíça, onde morreu em 1977.
CHAPLIN, O MUSICAL
Sexta (26), às 21h; sábado (27), às 16h e às 21h; e domingo (28), às 14h e às 19h.
Duração: 2h40min. Livre.
Teatro do Sesi (Av. Assis Brasil, 8.787), em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 75 (mezanino), R$ 120 (plateia alta), R$ 180 (plateia baixa) e R$ 200 (plateia baixa premium). Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante.
À venda na Livraria Cultura (Shopping Bourbon Country) e pelo site ingressorapido.com.br ou na bilheteria do Teatro do Sesi uma hora antes de cada sessão.