Três estrelas vivem mulheres de uma mesma família – avó, mãe e neta –, representando diferentes facetas da sociedade brasileira. Luíza Tomé, Letícia Birkheuer e Priscila Fantin realizam a estreia nacional da peça Além do que os Nossos Olhos Registram em Porto Alegre, com sessões neste sábado (28/10), às 21h, e domingo (29/10), às 18h, no Theatro São Pedro. A direção é de Fernando Philbert, que codirigiu O Topo da Montanha, com Lázaro Ramos e Taís Araújo, e dirigiu O Escândalo Philippe Dussaert, com Marcos Caruso, ambos apresentados neste ano na Capital.
Com texto de Fernando Duarte, Além do que os Nossos Olhos Registram encena um encontro dessas três personagens na casa de Delfina, a avó. Representada por Luíza, ela foi uma mulher à frente de seu tempo, tendo ignorado a desaprovação da família para se casar com um homem negro. Desprovida de preconceitos, é consciente das questões das minorias.
A filha, Violeta (Letícia Birkheuer), no entanto, é seu oposto. Deixou para trás o amor de sua vida para ingressar em um casamento por interesse econômico. Vivendo de aparências, Violeta tem vergonha do pai e quer deixar para trás as dificuldades financeiras da família.
Já Sofia (Priscila Fantin) é uma jovem que se identifica mais com a avó do que com a mãe. Sentindo-se cobrada, tenta agradar os pais planejando um casamento com um rapaz de família importante, mas enfim decide se assumir lésbica, o que acentua os conflitos familiares.
Sobre a relação de sua personagem, Delfina, com a filha que renega sua origem, Luíza observa:
– Acredito que a maior frustação de Delfina é pensar que a filha não é feliz, pelo menos não da forma que poderia ser. A amargura da filha causa sofrimento nela. Mas é bonito ver o quanto se amam e se apoiam. Delfina sempre está por perto. Sofia e Violeta sabem que sempre podem contar com ela.
Letícia acredita que o comportamento de Violeta é mais recorrente do que se pode imaginar:
– É muito comum nesse mundo em que as pessoas querem mostrar, onde todo mundo precisa parecer, e não ser de verdade. Acham que isso vai fazer alguma diferença no que elas vão conquistar ou ser na vida. É um pensamento pobre de espírito porque o mais importante é o caráter que temos.
Para Priscila, Sofia “ecoa os jovens de sempre”:
– As questões quanto à aceitação dos pais ou da sociedade passam por qualquer jovem. Sofia não se encaixa no contexto familiar imposto a ela. Isso gera insegurança, pois o jovem, sem o apoio familiar, se vê sozinho no mundo e sem saber como lidar.
ALÉM DO QUE OS NOSSOS OLHOS REGISTRAM
Neste sábado (28/10), às 21h, e domingo (29/10), às 18h.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/n°), fone (51) 3227-5100.
Ingressos: R$ 20 (galerias), R$ 70 (camarotes central e lateral) e R$ 80 (plateia e cadeiras extras). Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante. À venda na bilheteria do teatro e no site vendas.teatrosaopedro.com.br.
Onde estacionar: entrada pela Rua Riachuelo, 1.089, a R$ 15.