Quatro anos depois de apresentar o espetáculo Julia (2011) no Porto Alegre Em Cena, a diretora Christiane Jatahy retorna à Capital, desta vez na programação do 11º Festival Palco Giratório Sesc/POA. Ela traz os dois espetáculos que encerram a trilogia da Cia. Vértice (RJ) integrada por clássicos da dramaturgia relidos em montagens que combinam teatro e cinema. Pelas inovações formais e pelo resultado estético, as atrações estão entre as mais aguardadas desta edição do festival.
Hoje (13/5) e amanhã (14/5), será apresentada A Floresta que Anda, videoinstalação e performance que encerra a trilogia. É um trabalho que parte de Macbeth – a célebre história de Shakespeare sobre um homem movido pela ambição que ascende ao trono de forma violenta – para examinar um sistema de funcionamento dos governos e das sociedades atuais que favorece poucos em detrimento de muitos.
Em vídeos exibidos em quatro telas, jovens contam suas histórias de vida, sempre perpassadas por situações-limite. O público, enquanto assiste, participa de uma performance. Revelar mais do que isso pode estragar a surpresa, segundo a diretora do espetáculo, Christiane Jatahy:
– Quando releio Macbeth, fico tocada pelo fato de que ele poderia ter feito outra escolha. É movido pelo desejo de poder e não pode esperar que isso se realize. É o que ocorre agora no país. Realizar um golpe é não esperar que ocorra o momento da transformação. Mas a questão do espetáculo é não nomear um Macbeth. Ele representa, aqui, uma forma de pensamento em que precisamos pensar o tempo todo sobre essas escolhas.
O segundo trabalho da trilogia, E Se Elas Fossem para Moscou? (2014), já era bastante aguardado em Porto Alegre. A negociação para a vinda durou dois anos. Uma das dificuldades foi encontrar um local adequado à proposta – será no Museu do Trabalho. É uma peça e um filme ao mesmo tempo, cada um deles apresentado em duas sessões consecutivas. A experiência fica completa quando os espectadores assistem às duas – primeiro a peça e depois o filme ou vice-versa (a ordem não importa, segundo a diretora). Trata-se de uma releitura de As Três Irmãs, de Tchékhov. Aqui, as três personagens assumem um protagonismo ainda maior do que no original.
– Ir para Moscou é o que entendemos como um desejo de mudança. Cada irmã representa uma fase da vida, com suas motivações e medos da mudança. Estas três idades estão em nós o tempo inteiro – diz Christiane.
CIA. VÉRTICE NO 11º FESTIVAL PALCO GIRATÓRIO
A FLORESTA QUE ANDA
Hoje e amanhã, às 19h, às 20h e às 21h (o público deve estar no local 30 minutos antes de cada sessão). Classificação: 18 anos. Duração: 50 minutos. Centro de Eventos do BarraShoppingSul (Diário de Notícias, 300), em Porto Alegre.
E SE ELAS FOSSEM PARA MOSCOU?
Terça e quarta-feira, às 19h e às 21h15min. Em cada horário, serão apresentados, simultaneamente, uma peça e um filme. Para assistir aos dois, o público deve comprar dois ingressos, um para cada horário (não é possível assistir aos dois simultaneamente). Classificação: 18 anos. Duração: 90 minutos (cada sessão).-Museu do Trabalho (Rua dos Andradas, 230).
Os ingressos custam R$ 10 (comerciários e dependentes com Cartão Sesc/Senac, estudantes, classe artística e idosos), R$ 15 (empresários e dependentes com Cartão Sesc/Senac) e R$ 20 (público em geral).