Robin Williams (1951-2014) novamente interpreta o Gênio da Lâmpada, de Aladdin (1992), mesmo após quase uma década de sua morte — e isso foi feito sem o uso de inteligência artificial. A inserção da voz do ator ocorreu na animação Era Uma Vez Um Estúdio (2023), que celebra os 100 anos da Disney e que reuniu diversos personagens icônicos da marca.
Com a intenção de trazer de volta o divertido Gênio de Williams, mas com falas inéditas, o estúdio foi atrás de gravações antigas do astro, que não foram utilizadas em Aladdin. Assim, conseguiram inserir autenticidade na dublagem e não recorreram às ferramentas digitais.
Para o curta, o produtor Bradford Simonsen explicou, em entrevista para a revista Variety, que falas inutilizadas do ator foram resgatadas dos cofres da Disney e que, para serem inseridas na animação, foi pedida a autorização dos responsáveis pelos espólios do saudoso astro:
— Robin, como o Gênio, significa muito para tantas pessoas e adoraríamos envolvê-lo. Então, (o diretor) Dan (Abraham) ouviu os trechos da gravação original e encontrou aqueles pequenos trechos que poderíamos usar. Voltamos para a propriedade e dissemos: "É isso que esperamos fazer".
Robin Williams deixou um testamento restringindo que a sua imagem fosse usada em publicidade e filmes até 2039. Assim, o ator não pode ser digitalmente inserido em nenhum longa ou propaganda até a data pré-determinada, buscando preservar o seu legado conforme a tecnologia avança.
O assunto para o comediante era de extrema importância, por isso, nos anos 1990, muitos brinquedos do Gênio da Lâmpada foram recolhidos, pois usavam a voz de Williams sem a sua permissão.
O ator, na época, deixou explícito que não queria que sua voz fosse usada em nenhum produto relacionado a Aladdin, apenas no filme. Por conta disso, a Disney o substituiu por Dan Castellaneta no filme O Retorno de Jafar (1994). Somente após um pedido público de desculpas por parte da Disney que Williams decidiu retornar para Aladdin e o Rei dos Ladrões (1996).