Em tempos de levantes antirracistas como tem ocorrido após a morte de George Floyd, confira uma seleção de documentários que têm como mote as questões raciais. Na lista, há produções nacionais e estrangeiras.
A 13ª Emenda (2016)
Produzido pela Netflix, o filme de Ava Duvernay (também diretora de Selma: Uma Luta pela Igualdade) repassa a trajetória de negros nos Estados Unidos pós-abolição da escravidão, sugerindo que, ao longo das décadas, outros meios foram criados para aprisioná-los. A cineasta traz reflexões sobre o uso da mão de obra dos presos e sobre as políticas públicas de segurança – como as campanhas de combate às drogas de Nixon e Reagan.
Conforme as informações de bastidores e os dados recolhidos por DuVernay, essas campanhas só serviram para tirar de circulação os pequenos traficantes, em sua maioria negros, sem jamais resolver o problema.
Onde ver: Netflix.
Eu Não Sou Seu Negro (2016)
O haitiano Raoul Peck dirige este filme construído a partir do inacabado livro sobre líderes negros deixado pelo escritor James Baldwin, morto em 1987. Com o texto narrado por Samuel L. Jackson e utilizando imagens de protestos dos anos 1960 e de marchas recentes, o documentário promove uma reflexão sobre como é ser negro nos Estados Unidos.
Onde ver: Google Play Movies e Apple iTunes.
Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil (2016)
Em uma fazenda no interior de São Paulo, foram encontrados tijolos marcados com suásticas nazistas. A partir daí, o documentário acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar. O que se descobre pelo caminho é aterrorizante: durante os anos 1930, 50 meninos negros foram levados de um orfanato do Rio de Janeiro para a fazenda. No local, eles passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, que simpatizava com os ideais nazistas e eugênicos.
Dois sobreviventes dessa tragédia, Aloízio Silva (o “Menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o "Dois"), revelam suas histórias. A direção é de Belisario Franca.
Onde ver: Looke e NetMovies.
O Caso do Homem Errado (2017)
Dirigido por Camila de Moraes e produzido por Mariani Ferreira, o filme lembra o assassinato do operário negro Júlio César de Melo Pinto. Em 14 de maio de 1987, ele foi executado por policiais militares ao ser confundido com um assaltante de um supermercado. O crime, ocorrido entre os bairros Partenon e Jardim do Salso, na zona leste de Porto Alegre, teve grande repercussão e ficou conhecido como O Caso do Homem Errado.
Onde ver: Looke e Google Play.
Olhos Azuis (1996)
Documentário alemão dirigido por Bertram Verhaag acompanha um experimento feito pela socióloga americana Jane Elliot. Ela reúne dezenas de pessoas em uma sessão. Aqueles que têm olhos azuis são separados dos demais e hostilizados, escutando discriminações e ofensas. O objetivo do experimento, que Jane estuda desde os anos 1960, é simular o tratamento que negros enfrentam no cotidiano.
Onde ver: YouTube.
Você Faz a Diferença (2005)
Dirigido por Miriam Chnaiderman, este curta-documentário (25 minutos) reúne depoimentos de professoras e alunos que sofreram por conta de sua etnia ou condição social. Falando abertamente sobre as diferenças, a produção expõe a discussão sobre racismo e preconceito na sociedade brasileira.
Onde ver: Curta Doc.