Camila Bengo
Santídio Pereira, 26 anos, tinha seis quando deixou o pequeno povoado de Curral Comprido, distrito do município de Isaías Coelho, no Piauí, para mudar-se para São Paulo com a mãe. Do que mais sentiu saudade desde então, não tem dúvidas: o contato próximo com a natureza. Na terra da garoa, sem mais poder sentir o pé tocar o barro e tampouco comer mangas subindo na árvore, encontrou na arte uma forma de reconectar-se com as lembranças da primeira infância. Xilogravou as plantas, os pássaros e as paisagens que habitam sua memória e, agora, destoam da alvura das paredes da Fundação Iberê Camargo (Avenida Padre Cacique, 2.000, na Capital) onde, a partir deste fim de semana, ele estreia a exposição Santídio Pereira – Incisões, Recortes e Encaixes.