Todos têm acompanhado as novidades sobre a construção de uma nova ponte sobre o rio Tramandaí, que liga o município, de mesmo nome, ao de Imbé. Segundo se sabe, já existe uma verba de mais de R$ 35 milhões destinada, um pré-projeto, e se estima que as obras da nova travessia poderiam começar em janeiro de 2023 — com duração de mais ou menos dois anos.
Que a ponte atual representa um gargalo inconveniente não é novidade. São comuns os engarrafamentos em horários de pico, especialmente em finais de semana e feriadões. Além de estreita, a travessia que existe tem ainda mais duas limitações importantes: fica a apenas dois metros da linha d’água, o que impede embarcações maiores de cruzar sob ela; além de suportar apenas 23 toneladas — o equivalente ao peso de um único caminhão truck. Desse modo, então, a solução do problema parece estar numa perspectiva de médio prazo.
O Almanaque Gaúcho aproveita para lembrar que a ligação entre esses dois importantes balneários gaúchos do Litoral Norte atende, historicamente, a muitos outros interessados, na medida em que sempre o trânsito por ali serviu — e serve — de acesso a muitas praias do nosso Estado, além de serem fartamente usadas no regresso dos veranistas a suas cidades de origem.
Uma primeira ponte de 144 metros, totalmente de madeira, com mão única, foi a primeira a ser construída, ainda na década de 1920. De difícil manutenção, na medida em que ia se degradando, era reformada ou substituída. Quando se tornava intransitável, as balsas eram a maneira de resolver o problema.
Décadas mais tarde, surgiu uma ponte de alvenaria, ainda de dimensões modestas. Como o trânsito se dava num único sentido, por volta de 1967, foi erguida uma alta guarita em forma de cone, para abrigar um controlador de tráfego que acionava os semáforos instalados nas cabeceiras da ponte liberando os veículos num sentido e, depois, em outro.
No início dos anos de 1970, a ponte foi finalmente duplicada, o que resolveu temporariamente e parcialmente o fluxo de veículos sem interrupção.
Próximo desta ponte, mais para o lado do mar, também havia uma outra exclusivamente para pedestres, que era muito utilizada por pescadores com seus caniços. Ficou conhecida como a Ponte da Sardinha e acabou sendo demolida quando já não oferecia segurança aos usuários.
A ponte atual leva o nome de Giuseppe Garibaldi, um dos líderes da Revolução Farroupilha. Durante o conflito, foi pelo rio Tramandaí que Garibaldi atingiu o oceano e partiu para conquistar Laguna, em Santa Catarina.
O projeto da nova travessia prevê duas pontes estaiadas (uma para cada sentido) e mais passarelas para pedestres ou pescadores, unindo as duas. A altura de sete metros da linha d’água também garante a possibilidade de embarcações navegarem sob a nova obra.