A Ponte Internacional Barão de Mauá fica sobre o Rio Jaguarão, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. A obra liga o município gaúcho de Jaguarão, no lado brasileiro, e a cidade de Rio Branco, no lado uruguaio. Ela foi construída entre 1927 e 1930, depois de um tratado firmado em 1918 pelos dois países para pagamento de dívida de guerra.
Essa travessia é o primeiro bem binacional tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reconhecido como primeiro patrimônio cultural do Mercosul. A ponte mede 2.113 metros de comprimento, sendo 340 metros sobre o rio, e tem uma largura de 12 metros. Na sua parte central, há uma via férrea com duas bitolas ladeada por duas faixas para veículos. Ao longo da estrutura, há também, uma calçada para pedestres.
A construção da ponte contou com a participação de mais de 6 mil operários, de diversas nacionalidades. O lado uruguaio da ponte foi tombado em 1977, enquanto o lado brasileiro foi tombado somente em 2011. Jaguarão situa-se no extremo meridional do Brasil, na fronteira com a República Oriental do Uruguai.
A cidade é reconhecida nacionalmente por sua arquitetura, com destaque para os refinados casarões elaborados nos últimos decênios do século 19 e princípios do século 20. A denominação de Jaguarão se deu em função do rio homônimo, que divide os dois países. O Rio Jaguarão nasce próximo à cidade de Bagé e deságua em território uruguaio, na Lagoa Mirim. Diferentes explicações são atribuídas ao nome da cidade. Uma delas indica o aumentativo de uma palavra derivada da língua tupi, que significa onça. A versão mais corrente, porém, refere-se a uma lenda indígena.
Jagua-ru era a forma pela qual os guaranis pampianos chamavam um monstruoso animal que tinha corpo de lobo-marinho e cabeça e patas armadas de garras de tigre, com o porte aproximado de um cervo ou cavalo pequeno. O terrível ser fazia escavações em barrancas, perto das margens onde havia índios, e provocava o desmoronamento da terra, fazendo com que pessoas e animais fossem lançados às águas como suas presas. Resistindo a todas investidas e armadilhas criadas para a sua captura, o Jagua-ru permanece, ainda hoje, no imaginário popular.
A cidade foi erigida a partir de um acampamento militar, demarcando o expansionismo dos povoadores portugueses ao sul do novo mundo. O território pertencia, inicialmente, segundo o Tratado de Santo Ildefonso (1777), à Coroa Espanhola. Uma tropa comandada pelo coronel Manoel Marques de Souza, em 1801, logrou arrastar a raia lusitana, estabelecendo combates contra os espanhóis e, no ano seguinte, iniciando a povoação. Uma resolução régia, de 1812, criou a Freguesia do Espírito Santo de Jaguarão.
Em 1832, foi instituído, por ato regencial, em nome de Dom Pedro II, o município de Jaguarão e, em 1855, Jaguarão foi elevada a cidade.
Fonte: site da Prefeitura Municipal de Jaguarão