O texto a seguir é uma colaboração do jornalista Alício de Assunção
“As histórias dos Kremer, dos Gisch, dos Strassburger, dos Bald, dos Nied, dos Storck e de outras 44 famílias colonizadoras de Forquetinha, no Vale do Taquari, transforam-se em um desafio para o ex-prefeito da cidade e professor Waldemar Laurido Richter. Aos 71 anos, ele assumiu a missão de escrevê-las e transformá-las em livros até maio de 2020.
Os primeiros volumes, de um total de 50 obras previstas, com a trajetória dos Kremer e dos Bauer, foram lançados recentemente. Inquieto e apaixonado pela história da colonização alemã na região do Vale do Taquari, Richter atuou também em Lajeado, como secretário de Cultura e Turismo, e deu aula no interior de Canudos do Vale.
‘Esse envolvimento com as comunidades da cidade e do Interior, sempre preocupado com a preservação da cultura herdada dos imigrantes alemães, fez com que eu pesquisasse e fosse atrás de informações. Viajei muito, fui diversas vezes para a Alemanha e coletei tantos dados que isso acabou me levando a registrar as história dessas famílias, porém, sem publicá-las’, comenta Richter.
A série de livros é intitulada Nie Gedacht (Nunca Pensei). Durante anos, ele armazenou informações sobre costumes, arquitetura, famílias, modo de vida e árvores genealógicas dos descendentes de imigrantes alemães, até a quarta geração, tanto do esposo como da cônjuge, mas não pensava em publicá-las em livro. Até que em um determinado dia decidiu colocar tudo isso no papel e compartilhar com todos. O trabalho é voluntário, os recursos são do seu próprio bolso e o custo é alto. Porém, Richter vê os ganhos de outra forma.
‘Os 50 livros resultarão em cerca de 15 mil páginas impressas, com pouca possibilidade de algum lucro, mas o maior retorno é constatar a satisfação e a felicidade de cada leitor ao ver o sobrenome de sua família perpetuado em uma obra literária. Isso não tem preço’, justifica o autor.
Prefaciador dos livros de Richter, o pesquisador e genealogista Lucildo Ahlert define as obras:
‘Os livros são um primor, resultado de uma capacidade fora do comum de transformar ideias em realizações, com determinação e persistência’.
Para o autor, que foi o primeiro prefeito de Forquetinha, onde edificou prédios públicos em estilo germânico e construiu o Parque Christoph Bauer, como forma de valorizar a colonização, manter a cultura é fundamental.
‘O povo, para ser autêntico, tem que preservar suas raízes’, afirma Richter.”