A família Eickhoff realizará, no próximo sábado, seu 3º encontro. Com ampla programação, o evento, que começa a partir das 8h30min, ocorrerá no Centro Cultural 25 de Julho, no Parque de Exposições Wanderlei Burmann, em Ijuí, na Região Noroeste. Contato: (55) 99688-0090 com Daiane Bigolin.
Os irmãos alemães, naturais de Bremen, migraram ainda jovens. Luís Henrique, o mais velho, nasceu em 1848. Ele deixou a Alemanha aos 18 anos, a bordo do veleiro Amerika, acreditando estar indo para a América do Norte. Após descobrir que o destino era a América do Sul, desembarcou em Montevidéu, no Uruguai, onde montou uma pequena marcenaria. Em 1871, seu irmão João, também viajou para Montevidéu. Em 1875, eles partiram para o Brasil, onde se integraram à grande colônia alemã já existente. Primeiramente, residiram em Porto Alegre, onde Luís exerceu a profissão de marceneiro. João, inicialmente, trabalhou em uma farmácia e, depois, exerceu as atividades de "médico prático" e de marceneiro, na colônia. Sem ser médico formado, João, que veio jovem, não estudou Medicina na Europa nem no Brasil. Claro que o trabalho na farmácia, na Capital, o ajudou a obter conhecimentos medicinais. Com isso, ele passou a atender o povo, que era carente de médicos. A Constituição Positivista de 1891 legalizou o trabalho dos "práticos", facultando-lhes o exercício da medicina.
Aqui, Luís e João entraram em contato com políticos influentes e se envolveram na Revolução Federalista de 1893. Em 1895, por efeito do conflito, os irmãos venderam suas propriedades em Três Coroas, no Vale do Paranhana, e Sapiranga, no Vale do Sinos, e se mudaram para o 4º distrito de Ijuí (Barracão), onde foram uns dos primeiros habitantes. Em Ijuí, Luís Henrique fixou residência na Linha 8 Leste, junto a sua família. Sua vida foi um exemplo de honradez, de trabalho e de abnegação. Irrequieto, inteligente, com facilidade inata para escrever e falar, fez reportagens para jornais da Alemanha sobre as matas brasileiras ocupadas pelos imigrantes de varias etnias. Respeitado e tido como um bom cabo eleitoral, voltou à politica e foi eleito presidente do Conselho Municipal da Câmera de Vereadores, exercendo o cargo por oito anos, evidenciando suas grandes qualidades e prestando inestimáveis serviços ao progresso do município na, terra que escolhera como sua segunda pátria.
João Eickhoff granjeou a simpatia da população por seu trabalho em prol da saúde. Em 1917, atendeu à população afetada pela peste espanhola. Em função disso, a comunidade lhe erigiu um monumento. Médico, homeopata ou prático, o certo é que João Eickhoff era chegado às letras e, desde a década de 1880, colaborou em periódicos, escrevendo contos sobre temas relacionados a sua profissão.
Luís Henrique também era escultor e músico. Tocava violão e cítara no ambiente familiar. Transmitiu sua arte para a família, fundando, em 15 de novembro de 1898, a Banda Eickhoff, em conjunto com os filhos: Luís Eickhoff Filho, Guilherme, Francisco, Nicolau, Henrique, Germano, Roberto e João Eickhoff Sobrinho. No inicio, era apenas uma reunião musical nos finais de tarde na comunidade de Floresta, onde vivem até hoje os seus descendentes. Não demorou muito para a Banda Eickhoff fazer sucesso, sendo requisitada para animar bailes, casamentos e eventos sociais. Ainda na ativa, o conjunto musical completa 121 anos de existência em 2019.
Os irmãos possuem livros que falam sobre eles e narram sua trajetória desde a Alemanha até a sua morte no Brasil. O livro A Borboleta Negra de JB Eickhoff enfoca a história deles e o livro João – O Dr. Maragato, escrito em 1915 pelo próprio João Eickhoff, conta, resumidamente, a sua trajetória política.
Luis Henrique Eickhoff teve 14 filhos: Luiz, Guilherme, Francisco, Germano, Nicolau, João, Franz, Wihielm, Henrique, Elizabetha Jeaneta, Maria, Frederica Dorothea Barbara, Luisa Florentina e Roberto.
João Eickhoff teve 10 filhos: Pedro, Carlos, Margarida, João Eickhoff Filho, Catharina, Ludwico, Frederin, Henrique, Joanna e Gloria.