Os primeiros clubes de futebol começaram a se formar no final do século 19, quando o esporte chegou ao Brasil, vindo da Inglaterra. No Rio Grande do Sul, foram os imigrantes alemães que trouxeram a novidade. As primeiras bolas de couro entraram pelo porto de Rio Grande, vindas diretamente da Europa, e logo se espalharam pelo Estado, graças ao trabalho incansável de caixeiros-viajantes.
Em Porto Alegre, o primeiro clube a despontar foi o Grêmio, em 1903. Ele surgiu a partir de uma reunião de comerciantes alemães, cujos estabelecimentos se localizavam no centro da cidade. Entre esses empreendedores estavam os irmãos Bromberg (Arthur e Waldemar), da Bromberg & Cia, empresas que integraram o alto comércio teuto-rio-grandense no Brasil.
O fato é que os alemães gostavam muito de esportes, e um exemplo disso é o pioneirismo nas modalidades aquáticas, como a vela e o remo, praticados no Guaíba. Entretanto, o futebol logo angariou a preferência nacional. Na realidade, ele se universalizou, democratizando-se com as “peladas de rua” e o “bate-bola” nos campinhos.
O primeiro estádio do Grêmio foi idealizado na virada do século 20. O local ficou conhecido como Estádio da Baixada, antes uma região cercada por mato e morro no bairro Moinhos de Vento, pertencente à família Mostardeiro. O terreno foi adquirido pelo Grêmio com o apoio dos sócios alemães. Carlos Luiz Bohrer, primeiro presidente, ergueu o estádio com a ajuda financeira de Waldemar e Arthur Bromberg, que também integraram a parte administrativa do novo clube. O valor da ajuda ao Grêmio ficou em 10 contos de réis, na época.
Colaboração de Janete da Rocha Machado, historiadora, doutoranda e mestre em História pela PUCRS.