O Rio Grande do Sul é o maior produtor mundial de ametista (quartzo de cor roxa) e de ágata (foto acima, quartzo em faixas de diferentes cores). A ametista provém, principalmente, de Ametista do Sul e mais sete municípios da região norte do Estado. A ágata é mais comum em Salto do Jacuí, no centro do Estado, mas é também produzida em vários outros municípios.
Entre os primeiros imigrantes que aqui chegaram, em 1824, alguns já haviam trabalhado no beneficiamento de ágata nas cidades gêmeas de Idar e Oberstein. Foram eles que descobriram as ocorrências na região de Lajeado.
Em 1834, foi enviado o primeiro carregamento a Idar-Oberstein. Em 1840, a exportação de ágata e, depois, de outras gemas brasileiras aumentou muito. Inicialmente, as ágatas eram enviadas como lastro de navio, sem pagar frete.
Por volta de 1864, o padre Antônio de Moraes Branco relatou ao presidente da Província que os índios sob sua direção denunciavam a violação de cemitérios indígenas por colonos alemães que procuravam pedras de listras, mostrando que a busca por ágata ocorria também fora da zona de colonização alemã. Em 1870-1871, acabou a mineração na Alemanha (Steinkaulemberg).A gema gaúcha era mais barata e, além disso, era facilmente tingida, se isso fosse desejado.
No fim do século 19, a família Müller começou a extrair ágata na região de Salto do Jacuí. Por volta de 1910, houve a primeira remessa à Alemanha. A extração era feita com pá e picareta, depois com tratores de esteira e retroescavadeiras, o que aumentou muito a produção. Toda a ágata era vendida no estado bruto, mas, na década de 1970, os alemães transferiram a tecnologia de beneficiamento para Lajeado e, depois, para Soledade.
Por sua beleza e qualidade, nossas gemas conquistaram o mercado internacional, com exportação para os Estados Unidos, Japão e outros países, e passaram a ter destaque na economia do Estado.
A ametista do Médio/Alto Uruguai foi descoberta por agricultores e caçadores da região e, a partir da década de 1930, mineradores e comerciantes alemães iniciaram o comércio da gema. Interrompido durante a II Guerra Mundial, ele recomeçou e, com a descoberta da “veia de pedra”, passou-se a abrir poços. No fim da década de 1960, começou o uso de tratores e retroescavadeiras.
A produção atingiu o auge em 1972, com mais de cem tratores na região. Na década de 1980, começou a lavra subterrânea de ametista, hoje a principal fonte. A indústria de gemas iniciou-se em Lajeado, mas hoje Soledade é bem mais importante nesse setor. Em 1997, as quatro maiores empresas deste município e oito das nove maiores trabalhavam com gemas. Com isso, mudou também o perfil dos empresários: os alemães foram sendo substituídos principalmente por italianos – Lodi, Piovesan, Bortoluzzi, Dal Bosco, Panosso, Livinalli, Masiero, Lagranha, Jachetti, Ciprandi, Cescon, entre outros.
Colaboração de Pércio de Moraes Branco, geólogo