Alguém já definiu os pseudônimos como nomes lúdicos que funcionam como máscaras num baile à fantasia. Já foram muito usados no passado, principalmente na imprensa e na literatura. Hoje, são poucos. Recolhemos aqui alguns casos entre jornalistas gaúchos ou escritores-jornalistas.
Barão de Itararé – Um dos mais notórios heterônimos. Marca inconfundível de Aparício Torelly (1895-1971), homem de imprensa e humorista.
Tenório – Foi utilizado por Caldas Júnior (1868-1913), fundador do Correio do Povo. Durante muito tempo, essa palavra serviu também como endereço telegráfico da empresa.
Amigo Velho – Assim se intitulava Erico Verissimo (1905-1975) no programa Hora Infantil, que manteve na Rádio Farroupilha, no final da década de 1930.
Philleas Fog – Nome do personagem de A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Júlio Verne, sob o qual Josué Guimarães (1921-1986) se escondia, em 1971, por motivos políticos, quando assinava suas matérias nos jornais. Ele usou ainda outros dois: Dom Camilo, na Folha da Tarde, e Dom Xicote, no Diário de Notícias e em A Hora, onde costumava dar muitas alfinetadas nos homens públicos da época.
Jotabê – O cronista João Bergmann (1922-1960), do antigo Correio do Povo.
Hilário Honório – Adil Borges Fortes da Silva (1917-2004) foi um dos mais populares cronistas da cidade.
Bodoque – Como Roberto Eduardo Xavier (1931-1989) assinou durante muito tempo seus artigos.
Dom Luiz – Adail Borges Fortes da Silva marcava as crônicas eventuais que escrevia no Correio do Povo, para falar exclusivamente sobre o Grêmio.
Calvero – Como admirador de Charles Chaplin, P. F. Gastal (1922-1996) subscrevia seus comentários sobre cinema.
Luis Volpe e Fernando Lopes – Serviram para Luis Fernando Verissimo camuflar suas opiniões, às vezes contraditórias, no início da carreira.
Barão – Este era o título nobre com que se apresentava o jornalista Luiz Osório (1929-2008). De longa atuação na imprensa, criou o periódico Kronika, seu último veículo.
Cascalho – Como se projetou o radialista Antonio Carlos Contursi no tempo da Rádio Continental dos anos 1970.
Atualmente, o codinome mais conhecido da praça é o Anonymus Gourmet, do advogado-jornalista José Antonio Pinheiro Machado. Quanto ao Peninha (Eduardo Bueno), este aparece mais como apelido e não como pseudônimo.
Nossos chargistas também utilizam pseudônimos. Já tivemos o Sampaulo (Paulo Brasil Gomes de Sampaio, 1931-1999) e agora os atuantes Santiago (Neltair Rebés Abreu), Tacho (Gilmar Luiz Tatsch), e Moa (Moacir Knorr Gutterrez).