Está marcada para segunda-feira (24) a distribuição de 108 mil vacinas da Pfizer/BioNTech contra a covid-19. O montante é relativo a duas remessas, cujas entregas estavam represadas, devido à necessidade de ultrafreezers para armazenamento das doses em temperatura abaixo de -65°C.
O primeiro lote, de 32.760 unidades, foi aplicado exclusivamente em Porto Alegre. Já os imunizantes da segunda e da terceira levas, que totalizam 108.810 vacinas, contemplarão todos os municípios do Rio Grande do Sul. O número de doses de Pfizer por município será divulgado até segunda-feira.
Essas doses serão aplicadas em pessoas com deficiência cadastradas no Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência (BPC), do governo federal, em pessoas com comorbidade na faixa etária de 38 e 39 anos, em gestantes com comorbidades e nas que têm indicação médica de avaliação dos riscos e benefícios. Todas as aplicações serão de primeira dose.
Uma quarta remessa de vacinas da Pfizer deve chegar ao Rio Grande do Sul nos próximos dias. O Brasil recebeu na quarta-feira (19) mais 629.460 doses do imunizante. Ainda não há definição sobre quantas unidades vêm para o Estado, mas o número deve girar em torno de 37 mil, que representam 6% do total. A Secretaria Estadual de Saúde não foi comunicada ainda sobre a vinda desse novo lote.
Capacitação orienta equipes do Interior sobre especificidades da vacina da Pfizer
A Secretaria da Saúde realizou nesta quinta-feira (20) uma videoconferência com equipes de imunizações de municípios para capacitar as equipes quanto ao uso da vacina da Pfizer. O treinamento específico para esse imunizante é necessário porque ele tem características diferenciadas de armazenamento, manuseio e aplicação.
Um dos pontos de maior preocupação é o prazo de armazenamento para o uso das doses. Após saírem dos ultrafreezers, as unidades serão conservadas em refrigeradores comuns, em temperatura entre 2°C e 8°C, e precisam ser aplicadas em até cinco dias. Depois desse período, há risco de perda da eficácia do imunizante.
A orientação do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) é de que os municípios realizem agendamento prévio das pessoas a serem imunizadas. Também não é recomendada a estratégia de vacinação fora de Unidades Básicas de Saúde, como em drive-thru, por exemplo. Na sala da vacina, após o frasco ser tirado do refrigerador e diluído, as doses dever ser aplicadas em até seis horas.
Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, a utilização dessa nova fornecedora de vacinas na campanha é um desafio.
— É um esforço que estamos realizando para colocar a Pfizer em todos municípios, pois trata-se de uma vacina diferenciada pelas questões de temperatura e diluição — explica Tani.
Aumento no prazo de armazenamento
A Pfizer obteve nesta semana aprovação das autoridades de saúde dos Estados Unidos e Europa para que o imunizante tenha permissão para ser armazenado na temperatura de geladeira, entre 2ºC e 8ºC, por um período de 30 dias, desde que o frasco não tenha sido aberto ainda. Essa é uma autorização que ainda não é válida para o Brasil.
A Pfizer já entrou em contato com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e informou que enviará nos próximos dias a documentação e os estudos que apontam a segurança por esse período maior. Tão logo haja uma decisão a respeito, as normas vigentes serão atualizadas pela agência e deverá haver nova instrução do Ministério da Saúde aos Estados e municípios.
No total, até o final do ano, a Pfizer deve entregar 200 milhões de vacinas para o Brasil.