Uma estudo conduzido por cinco hospitais vinculados a institutos de pesquisa em saúde da Espanha chegou à conclusão de que combinar a primeira dose da vacina de Oxford/AstraZeneca com a segunda do imunizante da Pfizer é seguro e eficaz contra a covid-19. A pesquisa, batizada de CombivacS, foi divulgada na terça-feira (18) pelo governo espanhol, mas ainda não foi publicada de forma oficial em revista científica. As informações são do portal G1.
Os resultados preliminares apontam que a combinação das vacinas foi capaz de produzir anticorpos. No entanto, ainda não foi divulgada a capacidade de imunização. Os testes foram feitos com 673 pessoas que haviam recebido a primeira dose da vacina de Oxford no intervalo de oito semanas. Do total de voluntários, 441 foram escolhidos aleatoriamente para receber a segunda dose da Pfizer, e os demais entraram para o grupo de controle.
Os participantes tinham todos menos de 60 anos, sendo a idade média do grupo de 44 anos. Com relação ao gênero, 56% eram mulheres e 44%, homens.
Quanto aos efeitos colaterais naqueles que receberam a combinação de vacinas, não passaram de desconfortos leves. Os voluntários sentiram dores de cabeça (44%), mal-estar (41%), calafrios (25%), náusea leve (11%) e tosse leve (7%). Esses sintomas também foram sentidos por aqueles que receberam as duas doses de mesma origem e ocorreram somente nos três primeiros dias após a aplicação.
A intenção do estudo está diretamente ligada à suspensão temporária da vacinação com o imunizante de Oxford, determinada após raros casos de desenvolvimento de coágulos sanguíneos. Outra justificativa do governo espanhol para sustentar a pesquisa é dar celeridade às aplicações. Conforme o comunicado, "saber se é possível implantar esquemas de vacinação com vacinas de diferentes fabricantes permitiria o desenho de campanhas de vacinação mais flexíveis, o que agilizaria o processo".
AstraZeneca
Nesta quarta-feira (19) o governo espanhol decidiu que pessoas com menos de 60 anos que receberam a primeira dose da AstraZeneca podem receber uma segunda dose da Pfizer. O anúncio foi feito pela ministra da Saúde daquele país, Carolina Darias. As informações são da agência AFP.
A Espanha decidiu, em 7 de abril, reservar a vacina da AstraZeneca para maiores de 60 anos, após observar alguns casos de coágulos sanguíneos causando trombose. Desde então, ficou a dúvida sobre o que fazer com pessoas abaixo dessa faixa etária que receberam o imunizante, que requer uma segunda dose para completar a vacinação.
O instituto epidemiológico Carlos III e cinco hospitais espanhóis organizaram o ensaio clínico sobre a possibilidade de combinar a AstraZeneca com a Pfizer, cuja conclusão foi "uma alta resposta imunológica", segundo a ministra Darias. Dessa forma, o imunizante da Pfizer agora pode ser administrado para os menores de 60 anos no país.
Quem rejeitar essa opção pode receber uma segunda dose da AstraZeneca, com base no "consentimento informado" que o comitê espanhol de bioética vai formular em breve, segundo a ministra.
No momento, 15,7 milhões de pessoas receberam pelo menos uma dose, ou seja, um terço da população espanhola, segundo dados do Ministério da Saúde local. A imunização completa foi recebida até agora por 15,7% da população, o que representa mais de 7,4 milhões de pessoas.
As vacinas atualmente administradas na Espanha são as da Pfizer/BioNtech, Moderna, AstraZeneca e Janssen, cujas compras são coordenadas para toda a União Europeia pela Comissão Europeia.