Três das sete macrorregiões do Estado vão entrar em colapso de saúde pública dentro de uma semana caso se mantenha o atual ritmo de agravamento da pandemia de coronavírus registrado na última semana. A projeção é do comitê de dados do governo do Estado e foi apresentada a prefeitos, nesta segunda-feira (22).
De acordo com a modelagem estatística, se a situação da última semana se repetir, dentro de seis dias faltarão leitos de UTI na região metropolitana de Porto Alegre. Em sete dias, passariam a faltar vagas nas regiões dos Vales e Centro-Oeste.
– Toda essa variação projeta o que a gente vai ter de problemas pela frente em função da expansão de ocupação de leitos. É um momento crítico que estamos vivendo – disse o governador Eduardo Leite ao mostrar os dados aos prefeitos durante reunião promovida pela Famurs na manhã desta segunda-feira (22).
A estimativa também aponta risco iminente para a Serra. Em se repetindo a subida de internações da última semana, faltarão leitos dentro de 16 dias.
Durante a apresentação aos gestores municipais, Leite também disse que a velocidade de novos casos e internações não pode ser comparada às duas ondas anteriores da doença no Rio Grande do Sul.
– Está aumentando muito rapidamente o número de pacientes internados por coronavírus. Foge ao que observamos em períodos anteriores. Mantendo esse ritmo, vamos ter inegavelmente colapso no sistema de saúde – disse Leite.
Os dados mostram ainda que duas macrorregiões estão distantes de enfrentar um colapso no sistema de saúde: a Norte e a Sul. Nessas áreas, seria preciso que o cenário da última semana se repetisse por 49 e 116 dias, respectivamente, para faltarem leitos.
Os dados mostram ainda que a taxa de crescimento nas UTIs, hoje, é 2,8 vezes maior que a média de momentos anteriores.
O comitê de dados ressalta que os números de internações em UTIs informados na projeção não faz distinção entre a origem dos pacientes. O comitê lembra ainda que, quando os dados são usados para calcular as bandeiras de risco, o comitê contabiliza os pacientes pela região de origem e não pelo hospital em que estão internados.
Durante o encontro com prefeitos, Leite defendeu a necessidade de suspender o mecanismo que permite aos prefeitos flexibilizarem regras em suas cidades. A sugestão de endurecer regras partiu do comitê científico do governo do Estado. Os prefeitos, contudo, defenderam unanimemente a manutenção desse sistema de flexibilizações, chamado de cogestão.