A Secretaria Estadual da Saúde emitiu, nesta quinta-feira (23), uma nota técnica sobre recomendações de tratamento para a covid-19. Entre os apontamentos técnicos, o documento do Centro de Operação de Emergência Covid-19 (COE-RS) destaca que, até o momento, não há medicamentos com comprovação científica para tratamento da doença.
“Existem diversos estudos clínicos, no Brasil e no Mundo, de medicamentos e terapias com relação à ação farmacológica sobre o novo coronavírus e a COVID-19. No entanto, não há, ainda, medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da COVID-19”, diz o item 3 do documento.
No item seguinte, a nota técnica estadual reforça que, até o momento, não há efetividade e segurança comprovada para uso de quaisquer remédios:
“Conforme os especialistas ouvidos pelo COE-RS, até o momento, não há intervenções farmacológicas com efetividade e segurança comprovada para o uso de rotina e/ou evidências de segurança no uso profilático de quaisquer medicamentos no tratamento da COVID-19”.
O texto, assinado pela secretária Arita Bergmann, ainda destaca que a decisão sobre o uso de medicamentos no tratamento da Covid-19 cabe ao médico e lembra que a “automedicação, em qualquer situação da saúde, deve ser evitada”.
Ao final, o documento conclui que, diante da falta de evidências científicas para recomendar remédios, a Secretaria Estadual da Saúde não adotará nenhum protocolo neste sentido.
“Nestes termos, considerando as evidências disponíveis até esta data em relação ao tratamento terapêutico da COVID-19, a SES informa que não adotará nenhum protocolo para o tratamento de COVID-19 até que evidências científicas sejam comprovadas, cabendo a decisão de uso de medicamentos aos profissionais médicos e seus pacientes”, encerra o texto. (Veja ao fim a íntegra do documento)
Em entrevista coletiva, nesta quinta (23), o governador Eduardo Leite e a secretária estadual da Saúde confirmaram o encaminhamento de remédios que estão sendo distribuídos pelo governo federal. Conforme a secretária, 159 municípios gaúchos demonstraram interesse em oferecer clinicamente a cloroquina.
— O Estado não adotará protocolo até que se tenha comprovação cientifica. Mas evidentemente o Ministério da Saúde tem disponibilidade e municípios manifestaram interesse: 159 municípios pediram a cloroquina — disse Arita Bergmann, secretária estadual da Saúde.
O remédio já foi distribuído, anteriormente, para uso hospitalar no Estado. Do total encaminhado aos grandes hospitais, 27% foi usado.