- O governador Eduardo Leite anunciou, na tarde desta segunda-feira (6), as bandeiras que vão vigorar em todas as regiões do Estado no sistema de distanciamento controlado nesta semana.
- O Piratini recebeu 37 pedidos de reconsideração após o anúncio feito na sexta-feira, que colocou metade do Estado em bandeira vermelha.
- Após os recursos, as regiões de Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul e Taquara voltam para a bandeira laranja. O número de regiões com bandeira vermelha cai de 10 para seis.
- As seis regiões com bandeira vermelha no RS são: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Canoas, Capão da Canoa, Pelotas e Palmeira das Missões. As demais regiões do Estado estão na bandeira laranja.
Pela segunda semana consecutiva, o Rio Grande do Sul tem seis regiões sob bandeira vermelha nos riscos de contaminação da pandemia, de acordo com o mapa do distanciamento controlado. Dos 10 territórios colocados em alerta na sexta-feira (3), quatro tiveram a condição revista pelo governo do Estado e poderão manter o comércio aberto na próxima semana: Caxias do Sul, Passo Fundo, Erechim e Taquara.
Em contrapartida, as restrições mais severas à circulação de pessoas continuam no entorno de Porto Alegre, Capão da Canoa, Canoas, Novo Hamburgo, Pelotas e Palmeira das Missões. As regras de contenção da atividade econômica entram em vigor a partir desta terça-feira (7). A atualização do mapa de distanciamento controlado foi realizada nesta segunda-feira (6) em live transmitida nas redes sociais pelo governador Eduardo Leite.
— O Estado vive uma situação de agravamento do quadro. Todo nosso trabalho é para termos menor circulação do vírus — justificou.
O julgamento dos pedidos de reconsideração pelo gabinete de crise do Piratini manteve a divisão do Estado entre bandeiras vermelhas e laranjas, sem ocorrência de bandeira amarela. Contudo, o contorno definitivo da zona de maior risco ficou praticamente restrito à Região Metropolitana e uma faixa sudeste do Rio Grande do Sul. A exceção é o entorno de Palmeira das Missões, no Noroeste.
Cerca de 6 milhões de pessoas sob bandeira vermelha
De acordo com o governador, a situação mais crítica é reflexo de um aumento persistente em internações em leitos de UTI, sobretudo numa zona que tem em Porto Alegre seu refúgio natural em caso de saturação da estrutura hospitalar. Desmembradas, as regiões sob bandeira vermelha abrangem 155 municípios, com cerca de 6 milhões de habitantes, mais da metade da população gaúcha. Nesse território, contudo, ao menos 87 prefeituras poderão adotar regras mais flexíveis por não terem registrado nenhum óbito ou internação por covid nas duas últimas semanas.
Os pedidos de reconsideração aceitos pelo governo do Estado tiveram quase majoritariamente a justificativa de estabilidade na velocidade de contágio e aumento da capacidade hospitalar. Em Taquara, por exemplo, foram apenas seis internações na última semana, número considerado baixo pelo Piratini. Já no Norte do Estado, a abertura de 37 novos leitos de UTI beneficiou Erechim e Passo Fundo. Outro fator que abriu caminho para a manutenção da bandeira laranja foi a estabilidade no número de óbitos.
— A região está sob alerta, mas não há risco para a próxima semana — afirmou Leite.
Na Serra, pela terceira semana consecutiva Caxias do Sul consegue escapar da bandeira vermelha após recurso ao gabinete de crise. Embora tenha registrado aumento de 65% nos novos casos de covid, a região incrementou o número de leitos de UTI e apresentava mais de 80 vagas no sistema de saúde. Esse aumento na oferta, segundo o governador, garantiu a flexibilização do convívio social por mais uma semana.
Durante a transmissão, o governador fez questão de ressaltar o embasamento científico que norteia o sistema de distanciamento controlado e comparou a situação do Rio Grande do Sul com outros Estados, onde o índice de mortes pela pandemia a cada 100 mil habitantes é superior.
— Todo o nosso modelo de enfrentamento ao coronavírus tem rendido uma posição muito mais confortável do que (a que existe) em outros Estados do Brasil. É uma estratégia exitosa, mas que precisa da colaboração de cada gaúcho e cada gaúcha. Não podemos baixar a guarda — conclamou.