De acordo com dados apresentados na última quinta-feira (14) pelo governo do Estado, o índice de feminicídios no Rio Grande do Sul cresceu 66% em abril, em comparação com o mesmo período de 2019. Autoridades que atuam na defesa dos direitos das mulheres e pesquisadores da área acreditam que esse aumento possa estar relacionado ao distanciamento social decorrente da pandemia de coronavírus.
Diante desse problema, algumas universidades de Porto Alegre estão oferecendo auxílio para vítimas de violência doméstica, que podem estar ainda mais vulneráveis durante esse período. Veja abaixo o serviço oferecido por cada instituição e como buscar atendimentos e orientações:
UniRitter
A UniRitter disponibiliza o Sajuir, escritório modelo de Direito da Universidade, para prestar auxílio às vítimas de violência doméstica. A equipe da instituição criou um fluxo de atendimento com uma rede de proteção, onde todo o amparo é realizado de forma remota, pelo WhatsApp (51) 98025-3776. Ao acionar o Sajuir, uma atendente mulher faz o primeiro acolhimento, prestando atenção e identificando as necessidades da vítima. Após, vem a fase de orientações pertinentes a cada caso.
O Sajuir também concede suporte em questões relacionadas ao Direito da Família e ao Direito do Consumidor, nas quais se verificam demandas relacionadas à alimentação, guarda dos filhos, questões contratuais de moradia, acesso à saúde e auxílio emergencial, por exemplo. Os boletins de ocorrência podem ser feitos pela Central de Atendimento à Mulher (telefone 180), na Delegacia Online da Polícia Civil e de forma presencial. A orientação de como proceder será realizada individualmente.
UFRGS
Um projeto realizado em parceria entre o Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional (PPGPSI) e a Clínica de Atendimento Psicológico (CAP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está realizando grupos virtuais de apoio às mulheres durante o período de distanciamento social. A iniciativa oferece suporte às vítimas de violência, às promotoras legais populares e às lideranças comunitárias envolvidas na orientação, auxílio e acolhida de outras mulheres.
Coordenado pela professora do PPGPSI Simone Paulon e pela psicóloga da CAP Marília Jacoby, o projeto inicialmente previa atividades de educação permanente destinadas a profissionais que trabalham com mulheres em situação de violência, com o objetivo de qualificar essas redes de atendimento em saúde mental. No entanto, o atendimento passou por um processo de extensão, a fim de acolher todas que precisam de auxílio.
Os atendimentos são realizados por chamadas de vídeo ou áudio por WhatsApp, em grupos formados por no máximo quatro mulheres e duas terapeutas, ou “escutadoras”, em reuniões semanais. Para participar, é preciso entrar em contato com as coordenadoras do projeto por meio das páginas no Facebook e Instagram ou pelo e-mail extensaoclinicafeminista@gmail.com.
Unisinos
A Unisinos tem o Programa de Práticas Sociojurídicas (Prasjur), que auxilia mulheres que precisam encaminhar alguma ação da área civil por violência doméstica. A equipe presta atendimento online pelo e-mail prasjur@unisinos.br ou pelos telefones (51) 3590-8425 e (51) 3590-8797. Após a avaliação de cada caso, de acordo com o relato das vítimas, o Prasjur orienta quanto à documentação necessária e próximos passos.
Para denunciar casos de violência contra a mulher use o Disque 100 ou contate o Disque-Denúncia pelo telefone 181. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas e a Defensoria Pública.