Preocupado com o aumento de casos de violência contra a mulher em tempos de pandemia do coronavírus, o governo federal preparou uma campanha para reforçar a divulgação dos canais de denúncia à disposição das vítimas. Na próxima semana, relatou a secretária nacional de Política para Mulheres, Cristiane Brito, à Rádio Gaúcha, será disponibilizado um serviço pelo WhatsApp em que a pessoa poderá formalizar seu relato junto às autoridades. Além do Whats, já estão disponíveis o site, o telefone 180 e o aplicativo de Direitos Humanos do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
A preocupação, afirmou a secretária, é assegurar que as mulheres tenham ciência de que é possível denunciar as agressões sem ter que sair de casa. À Rádio Gaúcha, ela compartilhou o desespero de uma mulher de Santa Catarina que usou um batom para escrever em uma toalha branca e contar que estava sendo agredida. A peça foi jogada pela janela como um pedido de ajuda, conforme a secretária Cristiane.
- O nosso maior desafio é evitar a subnotificação. Fora do período da pandemia, esse já é o nosso maior desafio. Em locais como o estado de São Paulo e Distrito Federal, pesquisas apontam que 70% das mulheres que sofreram feminicídio nunca denunciaram o agressor. É um número muito grande - explicou.
A pasta já estava empenhada, antes mesmo da covid-19, em ampliar a divulgação do canal 180, que recebe denúncias de violência doméstica. De acordo com o governo federal, as ligações para o DISQUE 180 registrou aumento de 37% durante a pandemia.
- A análise que fazemos desse número é que por conta da pandemia e a divulgação (antes) do número 180, esse aumento ocorreu. Mas, em nível nacional, o número de medidas protetivas deferidas caiu. Essa queda que os Tribunais de Justiça comunicaram apontam que caiu porque as mulheres procuraram menos (órgãos para formalizar). Isso mostra que ela pensam que só presencialmente que vão conseguir uma resposta - completou.