O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) doou R$ 200 mil para a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ampliar a realização de testes de detecção de covid-19. A verba será utilizada para a aquisição de um extrator automático. Os testes são realizados no Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS) da universidade.
Segundo a diretora do ICBS, Ilma Brum da Silva, atualmente, a extração manual do RNA viral permite retirar no máximo 12 amostras por procedimento. Por meio de convênio da UFRGS com o governo do Estado, estão sendo realizadas aproximadamente 30 extrações por dia, mas essa demanda deve aumentar, segundo a instituição.
Ilma afirma que a prefeitura de Porto Alegre já procurou a universidade para um convênio de testes de detecção de covid-19. O novo equipamento que será adquirido com o repasse do TJ-RS vai facilitar os procedimentos, segundo a professora.
“Com a aquisição do extrator automático, estaremos preparados para atender também a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre”, informou a diretora, por meio de nota.
A UFRGS já está adotando os procedimentos para a compra do equipamento, mas, até o momento, nenhuma empresa tem o produto para pronta-entrega, segundo a instituição de ensino. A UFRGS estima um prazo mínimo de 30 dias para que a universidade comece a usar o extrator.
O dinheiro doado tem origem em recursos vindos das penas pecuniárias — alternativas aplicadas para crimes de menor gravidade. Os valores são administrados pelo Judiciário e podem ser destinados a entidades públicas e privadas, com fim social para projetos. Recentemente, resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou a destinação prioritária desses montantes para a área da saúde e para projetos de enfrentamento à covid-19.
Em abril, o Judiciário gaúcho já havia doado R$ 167 mil para o projeto GRU, de confecção de protetores faciais, na UFRGS. Conforme a vice-diretora da Escola de Engenharia da UFRGS, Carla ten Caten, graças às parcerias e doações da comunidade, incluindo os R$ 167 mil do TJ-RS, ao Projeto GRU, já foram doados mais de 70 mil protetores faciais a hospitais e a profissionais de serviços essenciais.