O Hospital de Clínicas de Porto Alegre prevê abrir os primeiros leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratamento de pacientes com coronavírus na 1º quinzena de abril. A projeção é do diretor-administrativo da instituição, Jorge Bajerski, em entrevista a GaúchaZH. Na última sexta-feira (13), o governo federal destinou R$ 57 milhões para equipar parte dos novos anexos do hospital – cujas obras foram concluídas no final do ano passado.
Conforme Bajerski, a compra de 105 camas hospitalares será finalizada nesta quarta-feira (18), e os equipamentos devem chegar no começo de abril.
— Estamos enfrentando dificuldades para comprar alguns equipamentos, como respiradores e monitores multiparâmetros, devido à grande procura. Isso porque, além de nós, outros hospitais estão adquirindo mais materiais. Porém, estamos trabalhando para superar esses obstáculos — garante.
Desde sábado, quando foi noticiada a liberação dos recursos, o Clínicas montou uma força-tarefa para acelerar a compra de equipamentos e readequar contratos.
— São engenheiros, compradores, advogados. Tudo para garantir que as compras sigam as determinações legais, mesmo com a lei sancionada no dia 6 de fevereiro que permite a dispensa de licitação em decorrência do coronavírus — observa.
Enquanto se trabalha na aquisição dos materiais para equipar os leitos de UTI, outro grupo se debruça sobre o número de profissionais. Conforme Bajerski, ainda não se tem, com clareza, qual o recurso que será usado para a contratação de mais médicos e enfermeiros.
— Nesses R$ 57 milhões, R$ 10 milhões são para custeio. Mas, para nós, esse custeio engloba a compra de insumos e pagamentos de contratos. Para o pagamento da folha de servidores, entendemos que teria que ser outra rubrica. Por isso, estamos aguardando um posicionamento dos ministérios da Saúde e Economia — detalha.
Para agilizar a contratação, a direção do hospital prevê chamar os profissionais que já foram selecionados em cadastro reserva. Caso não seja liberado mais recursos, a possibilidade é a readequação da equipe, até mesmo suspendendo alguns atendimentos, como os procedimentos eletivos.
— Na época do H1N1, nós chegamos a fazer isso — lembra.