O ministro Luiz Henrique Mandetta (Saúde) afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo validou a hidroxicloroquina (ou cloroquina) para o tratamento de pessoas contaminadas pelo coronavírus e que a droga está sendo administrada para pacientes graves.
— Nós estávamos participando do estudo, já validamos. Temos capacidade de produção, já estamos produzindo e está na prateleira dos pacientes graves — declarou o ministro, durante uma videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com empresários.
A hidroxicloroquina é registrada no Brasil para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Alguns testes foram considerados promissores no tratamento de pacientes com a Covid-19.
No entanto, Mandetta alertou que o medicamento é experimental, traz fortes efeitos colaterais e afirmou que a população não deve sair comprando o produto.
— Participamos do trial (teste), tem muitas limitações e muitos efeitos colaterais. É indicado para casos graves e entubados. É fake news a informação de que temos um comprimido que toma e sara. Não tem — ressaltou o ministro. Ele destacou ainda que a substância, como efeito colateral, causa lesão hepática.
Mandetta afirmou que ele e a sua equipe acompanham o desenvolvimento de possíveis remédios contra o vírus no mundo.
— Tudo o que está saindo em ciência mundial, nós estamos ligados diretamente com todas as melhores academias do mundo. E estamos fazendo parte dos trials. O que sair, em segundos a gente tem aqui — concluiu.
A divulgação de informações de que a cloroquina poderia ser eficiente no tratamento da covid-19 fez com que esse medicamente sumisse das prateleiras do país.
Por isso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) passará a cobrar que empresas que fabricam cloroquina e hidroxicloroquina peçam aval da agência para exportação dos produtos.
O diretor-presidente da agência, Antonio Barra Torres, disse que a medida visa garantir estoques para fornecimento a pacientes com artrite, malária e lúpus, a quem o remédio é indicado.
Em outra frente, a agência deverá aumentar a cobrança de receita médica para venda desses produtos em farmácia, como ocorre para antibióticos. O objetivo é evitar desabastecimento e minimizar riscos à saúde em meio a uma corrida pelo produto desde que surgiram anúncios de que a droga poderia ser testada contra o coronavírus.