Embora cerca de 80% dos casos de infecção por coronavírus sejam leves, alguns grupos podem estar mais suscetíveis à evolução ou até mesmo complicação do quadro. É o caso dos idosos e pacientes com comorbidades, como doenças do coração e diabetes, por exemplo. Como a recomendação geral é para que as pessoas evitem aglomerações, fica a dúvida: quando é preciso recorrer a um serviço de urgência ou emergência em saúde?
A médica infectologista Vanessa Schultz, do Controle de Infecção do Hospital Mãe de Deus, explica que febre persistente, por mais de três dias, muita prostração e fraqueza são sinais de alerta que não podem ser ignorados.
– Outro indicativo que deve servir de alerta é quando há falta de ar ou dificuldade para respirar. Nesses momentos é que as pessoas devem procurar um serviço de saúde – afirma.
Para quadros de falta de ar, a recomendação da médica é dar prioridade para emergências ou pronto-atendimentos, que têm mais estrutura para manejo da situação.
– Por que a falta de ar é um sintoma grave? Porque indica, provavelmente, o desenvolvimento de uma pneumonia causada pelo vírus. Quer dizer que ele não está mais só nas vias respiratórias superiores, mas nos pulmões e há risco de agravamento, até com necessidade de oxigênio ou ventilação mecânica – explica.
Grupos de risco
Pacientes com comorbidades (doenças cardiovasculares; diabetes; doenças pulmonares, como asma ou associadas ao tabagismo; e pessoas com imunidade baixa, como pacientes oncológicos, transplantados ou com HIV) que apresentarem agravamento dos sintomas devem buscar assistência independentemente da faixa etária.
– Se ele tem a imunidade mais baixa, mesmo que seja jovem, já tem um fator de risco em função dessa condição – fala Vanessa.
Idosos com piora no quadro também precisam buscar auxílio. Na rede privada, uma medida que tem funcionado é o acionamento por telefone dos médicos de referência para que eles façam uma avaliação remota de cada caso, diz a infectologista.