Orlando é um destino para aproveitar experiências gastronômicas, curtir natureza e desfrutar de apresentações culturais. Perceber a cidade desta forma, e não apenas a partir dos parques que trazem milhões de turistas todo ano, é uma das missões abraçadas por diferentes atores do turismo da região, como hotéis, restaurantes, empresas e trabalhadores do setor de hospitalidade.
Zero Hora viajou à convite da Visit Orlando, uma associação comercial sem fins lucrativos que vende Orlando para o mundo. O objetivo do roteiro foi apresentar a cidade para além dos famosos parques que a marcam como destino universal. O esforço dos mais de 1,6 mil membros da associação para promover a cidade da Flórida tem uma intenção clara: fazer com que os turistas possam ver o destino como uma área para brincar e se encantar, mas também para comer com qualidade e diversidade, curtir uma vida cultural atravessada por várias influências e até experimentar a natureza, mesmo distante das praias de Miami e Tampa, no mesmo Estado.
Ao andar por Orlando, sobretudo para quem como este repórter não tinha feito essa viagem anteriormente, alguns aspectos estruturais saltam aos olhos. O primeiro deles é que a cidade está em obras. Há prédios, casas, hotéis e até parques em construção, finalização ou projeto, sinalizando uma expansão econômica e populacional. O segundo é que, a exemplo de outros municípios estadunidenses, é um local pensado para carros. Isso significa que o passeio em Orlando, e isso independente das suas escolhas estratégicas, será mais fácil se feito dirigindo. O aluguel de automóvel é quase uma imposição, sobretudo se há mais de uma pessoa na sua viagem.
Não é só montanha-russa
Embora a viagem seja direcionada invariavelmente para as crianças e para as não tão crianças assim que buscam a magia da Disney, é possível abrir outras abas do navegador para curtir em Orlando.
Um lugar capaz de reunir divergentes interesses, seja de famílias e amigos, é o Dr. Phillips Center for the Performing Arts, um grande centro de dois quarteirões bem no coração de Orlando. O local contempla salões, teatros e escola de artes, de comédias e shows musicais a apresentações de dança e festivais. Zero Hora acompanhou uma apresentação de jazz no local, que esbanja acústica de referência internacional e gastronomia contemporânea. Vale apostar nos drinques locais. Se sobrar um tempo entre os passeios, vale investir algumas horas para simplesmente caminhar e conhecer as áreas do entorno.
A região do centro, aliás, é uma boa pedida para andar, já que há obras para tornar o local mais amigável aos pedestres. Além disso, dá pra conferir pontos para turistas como o Orange County Regional History Center, um museu com parte do resgate histórico local, ou a Catedral de St. James.
Entre os bairros, há diversos bares, restaurantes e espaços diferentes para explorar, com destaque para o Lake Nona, com sua arquitetura moderna, bares mais descolados com muita área para caminhar, embora pessoas andando na rua não seja exatamente o que vimos na ocasião da visita. O Lake Nona, aliás, é conhecido pelos moradores locais por sua conexão com a saúde, já que foi ali que há quase 20 anos se construiu uma Faculdade de Medicina para a Universidade da Flórida Central. Nos últimos anos, no entanto, a aposta é na escolha da região como local de moradia e lazer, focando no bem-estar de maneira mais ampla: de parede de escalada à gastronomia - vale muito a pena testar os pratos e drinques elegantes do Chroma Bar -, passando por parques e paisagens.
Distante cerca de 20 minutos de Orlando, está a cidade de Winter Garden, uma espécie de cenário de filme hollywoodiano. Trata-se de um local que combina arquitetura histórica, entretenimento e área verde. É uma das áreas escolhidas por brasileiros que optam por morar na região. No centro, está o Plant Street Market, uma espécie de mercado público gourmet, que reúne artesãos e estabelecimentos de comida e bebidas, incluindo boa cerveja artesanal. Aos sábados, vale colocar uma roupa confortável e aproveitar o Winter Garden Farmers Market, uma espécie de feirão, onde se encontram frutas, sucos, doces, itens para casa e lanches feitos na hora.
Natureza e esporte
O clima tropical e a vegetação de Orlando criam um ambiente favorável para o ecoturismo. Há atividades como o Orlando Tree Trek Adventure Park (US$ 59,95 ou R$ 339), com tirolesas, escalas e saltos. Natureza e água azul são os destaques de Rock Spring Run, dentro da cidade de Apopka, meia hora distante de Orlando. A experiência deste repórter foi encontrar a natureza sem muitos filtros no Get Up and Go Kayaking (US$ 125 ou R$ 707), uma aventura em um caiaque transparente em meio a árvores nativas e espécies locais. No domingo em que estivemos lá, três dias antes da chegada do furacão Milton, a prática contou com uma dose de fôlego a mais em meio a chuva forte e água mais turva - nem por isso menos entusiasmante.
Para brasileiros que gostam de futebol, uma atração extra é a jogadora Marta, líder do Orlando Pride, time de futebol feminino. A equipe joga no mesmo estádio em que atua o Orlando City, da modalidade masculina, em uma aura bem diferente daquela experimentada por aqui. A cidade também é famosa pelo basquete, casa do Orlando Magic. Destaque ainda para uma chance de mergulhar na multiplicidade de gostos e jeitos de torcer dos norte-americanos. O bar Stadium Club, dentro do Caribe Royale Orlando, permite petiscar em um ambiente semelhante a uma arena, cheia de televisores transmitindo múltiplos esportes, enquanto alguns clientes praticam esportes virtualmente em cabines abertas no térreo.
Hospedagem
Se o preço dos parques já é meio salgado para quem converte para real, a má notícia é que não vai ser na hospedagem a chance de diminuir os gastos. Os hotéis e resorts de Orlando são, de maneira geral, caros, porém, os serviços não deixam a desejar.
Um determinante para escolher onde ficar é planejamento do que visitar e quando. Há diversas opções dentro dos próprios parques. São mais de 25 hospedagens apenas na área da Disney, com diárias que variam entre o equivalente a R$ 757 e R$ 4.655. Em 2025, serão mais três unidades inauguradas no complexo da Universal Studios.
Um dos inaugurados recentemente e que a reportagem conheceu é o Evermore Orlando Resort, que recebeu investimento superior a US$ 1 bilhão, e está quase do lado do Walt Disney World. Trata-se de uma espécie de minicidade dentro de Orlando. Na área, há casas muito bem equipadas, com estruturas de cinco a 11 quartos, além de apartamentos e vilas. O local também tem praia artificial, lagoa com áreas de natação, bares e cabanas. Um flat com quatro quartos e capacidade de até 11 pessoas, custaria diária de cerca de R$ 3.956 (cerca de R$ 359 por pessoa). Na mesma região, está o Conrad Hotel, uma opção mais luxuosa e com espaço para eventos e reuniões, mas com diárias acima dos R$ 2.900,00.
Outro símbolo do dinheiro que chove em obras na cidade é o Caribe Royale Orlando. O hotel, que conta com uma suntuosa piscina com fonte em meio a seus prédios, conta com serviços bastante diversos: há lojas, aulas de esportes, academia, diferentes restaurantes e bares, como o temático de esportes. A famosa hospedagem passou por uma renovação de mais de R$ 718 milhões e se transformou em um imponente espaço para desfrutar de diferentes formas, com serviço impecável.
Hotéis mais em conta, no entanto, também estão disponíveis em outras áreas. Nas principais vias e também próximos a centros de convenções, há hospedagens a partir do equivalente a R$ 350 a diária. Vale se informar sobre os transfers gratuitos para os parques, já que boa parte dos estabelecimentos oferece ligações a um ou mais atrativos.
* O repórter viajou a convite da Visit Orlando