Em um de seus gestos de aproximação dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que permite aos americanos viajarem ao Brasil sem a exigência de visto. A medida, que deve entrar em vigor em menos de 90 dias, também se estende a australianos, canadenses e japoneses.
Com a liberação do documento, o governo federal tenta dar fôlego à área do turismo. Analistas consideram que a ação até poderá gerar impacto positivo, mas de maneira tímida. Segundo eles, o desembarque de estrangeiros no país só ganhará robustez em caso de avanços concretos em áreas da segurança.
— Em geral, cidadãos americanos recebem visto para entrar no Brasil. O turismo no país depende de melhores condições de segurança e infraestrutura. O país tem belezas naturais — argumenta o economista Marcos Tadeu Caputi Lélis, professor da Unisinos.
Conforme o Ministério do Turismo, que cita dados da Polícia Federal, o Brasil recebeu 475,2 mil turistas dos Estados Unidos em 2017, período mais recente com informações disponíveis. O número corresponde a recuo de 16,7% em relação a 2016, quando o Rio de Janeiro sediou a Olimpíada.
Mesmo com a queda, os norte-americanos permaneceram no segundo lugar do ranking dos países que mais trouxeram visitantes ao Brasil, atrás apenas da Argentina, com 2,6 milhões de turistas no ano retrasado.
— A liberação de visto para americanos pode ter efeito positivo, mas nada que mudará por si só o quadro atual. Os estrangeiros deixam de vir ao Brasil por condições em áreas como a da segurança — reforça o pesquisador Livio Ribeiro, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV).
De um lado, analistas observam benefícios. de outro, preocupações com o que foi cedido de antemão.
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