Se o Symphony of the Seas fosse uma cidade, teria população superior à de 320 dos 497 municípios gaúchos – o navio pode acomodar 6.680 passageiros e 2,2 mil tripulantes de uma só vez, num impressionante total de 8.880 pessoas. Com 72 metros de altura, é três vezes mais alto do que a pista da Ponte do Guaíba, em Porto Alegre, e equivalente a um prédio de 24 andares. Seu comprimento, de 362 metros, ultrapassa o dos campos dos três estádios de futebol da Capital enfileirados um atrás do outro.
Esses são apenas alguns dos superlativos do Symphony, o maior navio de cruzeiros do mundo, que zarpou do Porto de Barcelona em 7 de abril para sua viagem pré-inaugural de dois dias com diversos convidados a bordo – entre eles, eu. Estive lá representando GaúchaZH e, nessas 48 horas, foi impossível conhecer todas as atrações que a armadora Royal Caribbean oferece nesta que é a quarta embarcação da classe Oasis; as outras três completam o top 4 dos gigantes dos mares.
Perto do Symphony, o transatlântico mais famoso da história, o Titanic, com seus 53 metros de altura, 269 de comprimento e 2,4 mil hóspedes, pareceria pequeno. Para pegar um exemplo mais atual, citemos o MSC Preziosa: o maior navio a navegar em águas brasileiras tem "meros" 333 metros de comprimento, 38 metros de altura e capacidade máxima para 5.715 pessoas.
Transatlânticos desse porte são, de fato, espécies de cidades ambulantes com uma população que muda quase completamente a cada sete dias; é como um microcosmo globalizado que reúne gente de cerca de cem países. É um espaço confinado em alto-mar com mais serviços e atrações do que a maioria das cidades. São dezenas de piscinas, restaurantes de diferentes especialidades, parque aquático, bares, spa, teatro com boa variedade de espetáculos, cassino e por aí vai.
O Symphony até tem sete "bairros", áreas com personalidades diferentes espalhadas pelo navio. Ao andar pelo Central Park, espaço no deque 8 com mais de 12 mil plantas de verdade e pequenos restaurantes, dificilmente você pensaria estar em um navio.
Cada vez maiores
A Royal Caribbean é conhecida pelo investimento nos grandes navios – os quatro maiores do mundo são de sua classe Oasis. De tempos em tempos, a armadora com origem norueguesa e sede em Miami (EUA) anuncia uma nova embarcação para renovar o topo da lista. O Symphony of the Seas desbancou neste ano o recordista anterior, seu "irmão" Harmony of the Seas, por cerca de uma tonelada. Ainda assim, o presidente e CEO da Royal Caribbean International, Michael Bayley, diz que a empresa não planeja seus lançamentos com foco no tamanho. Segundo ele, o objetivo é oferecer uma experiência de férias cada vez mais completa, e uma coisa acaba levando à outra:
– Queremos fazer o melhor navio, e isso geralmente acaba resultando em embarcações maiores.
Isso inclui a criação de novos espaços, mais opções de restaurantes e entretenimento e o incremento da oferta de cabines. Uma das maiores inovações do Symphony é a Ultimate Family Suite, uma suíte de dois andares focada na diversão da criançada.
Além disso, os espetáculos estão cada vez mais elaborados. Para o inédito Flight, por exemplo, foi construído um avião que simula a pioneira aeronave dos irmãos Wright. Já para o show de patinação no gelo 1977, foi projetada uma apresentação sincronizada com drones iluminados.
Alguns números do gigante dos mares
36 meses: foi o tempo que levou a construção do Symphony of the Seas, por 4,7 mil funcionários em St. Nazaire, na França.
228.081 toneladas brutas registradas: é mais do que 17 mil elefantes africanos.
São 2.759 cabines, 65,68 metros de largura, 72,54 metros de altura, 362 metros de comprimento.
Há, no navio, 22 restaurantes, 23 cozinhas, 4.908 assentos em restaurantes, 781 funcionários em restaurantes, 184 barmen, 249 chefs e assistentes de cozinha.
60 mil refeições são preparadas diariamente para os hóspedes, 100 mil sobremesas chegam a ser feitas nas cozinhas em determinados dias.
US$ 1 milhão é o orçamento da cozinha para um cruzeiro de sete dias lotado.
50 mil ingredientes precisam ser providenciados, sendo 400 toneladas de frutos do mar, 25 toneladas de carne de gado e 10 toneladas de frango.
A capacidade é de 6.680 passageiros e de 2,2 mil tripulantes.
22 nós é a velocidade.
Há 18 deques no navio, 24 elevadores para hóspedes, 4 propulsores com 7,5 mil cavalos de potência (somente um destes propulsores tem mais cavalos de potência do que sete Ferrari).
Há 42 bares e lounges e 23 opções aquáticas, como piscinas, toboáguas, flowriders, entre outros. E ainda 30 tipos diferentes de esportes ou atividades esportivas/radicais, 185 pares de patins para pista de gelo, 158 pares de tênis para parede de escalada e 31 pranchas para o simulador de surfe.
Leia as outras duas partes desta reportagem:
Shows, espaços aquáticos, tirolesa: as opções de lazer no gigante dos mares
No leme com o capitão do Symphony of the Seas, maior navio de cruzeiro do mundo