A temporada de cruzeiros que começa em novembro terá uma novidade que movimentará as praias catarinenses. As principais armadoras no país farão escalas em Balneário Camboriú e Porto Belo, na costa de Santa Catarina, nos minicruzeiros - roteiros de três a cinco dias. Para o turista gaúcho, é uma maneira diferente de avistar e desembarcar no Estado vizinho, em viagens que partirão de Santos (SP).
A MSC Cruzeiros destacou o Preziosa para atracar em Camboriú. A parada na cidade estará nos roteiros com saídas a partir do porto de Santos ou alternados entre minicruzeiros pelo Sudeste e Sul, com paradas também em Búzios, Ilha Grande, Ilhabela e Porto Belo. O navio tem capacidade para mais de 4,3 mil cruzeiristas.
A Costa Cruzeiros fará o roteiro de três noites para Camboriú com o navio Costa Favolosa em três minicruzeiros, um de três noites e dois de quatro, entre janeiro e fevereiro de 2018. Em Porto Belo, haverá uma parada durante minicruzeiro de quatro.
Vale destacar que, nos casos das duas empresas, nas cidades catarinenses haverá apenas escalas, e não partida ou chegada dos cruzeiros (ou seja, não é possível iniciar ou terminar a viagem em outra cidade que não seja Santos nestes pacotes).
– Os minicruzeiros têm bombado nos últimos anos, e, com a nova parada em Camboriú, abrimos mais uma atração aos turistas que já fizeram cruzeiro, ou que querem fazer pela primeira vez – explica o gerente de vendas e marketing da Costa, Alex Calabria.
Além das praias catarinenses, outra aposta das armadoras para a próxima temporada são os navios partindo do Rio de Janeiro, do belíssimo Porto Maravilha, aberto em 2011. A MSC terá um transatlântico luxuoso dedicado ao porto carioca, e uma das novidades é a possibilidade de adquirir, junto com a viagem marítima, voos regulares de ida e volta para o Rio com a Latam, a partir de 12 cidades: Porto Alegre, Belo Horizonte, Uberlândia, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Salvador, Vitória, São José do Rio Preto, Maceió e Cuiabá. A Costa também terá um cruzeiro exclusivo com partidas do Rio e destino à Região do Prata.
– A saída do Rio possibilita uma vista espetacular da cidade, e nossa ideia é transformar o Porto Maravilha no home port (espécie de hub portuário) para outros destinos – explica Adrian Ursilli, diretor-geral da MSC no Brasil.
Para atrair clientes, as empresas têm oferecido condições especiais de pagamento e garantem que os preços da temporada anterior estão praticamente mantidos. E as opções agradam diferentes bolsos. Uma viagem da MSC de cinco dias partindo de Santos no dia 1º de dezembro, com parada em Porto Belo e retornando a Santos, por exemplo, custava R$ 1.969 por pessoa na semana passada. Na Costa, um cruzeiro de nove dias partindo do Rio e parando em Ilhabela, Montevidéu, Buenos Aires e Ilha Grande sai R$ 4.729 por pessoa.
Os valores podem mudar rapidamente nos sites das empresas, e os pacotes também podem ser comprados em agências de viagem. As duas companhias oferecem opções de pagamento em até 10 vezes sem juros, e é possível incluir o trecho aéreo no mesmo pacote, o que simplifica a compra.
Expectativa de embarcar 427 mil passageiros
Os cruzeiros esperam embarcar 427 mil pessoas no Brasil na temporada 2017/2018. Conforme a Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil), serão sete navios navegando pela costa brasileira, que farão, no total, 121 roteiros. As cidades que terão partidas e escalas são Rio de Janeiro, Santos, Búzios, Salvador, Ilha Grande, Ilhabela, Ilhéus, Balneário Camboriú, Porto Belo, Cabo Frio, Recife, Angra dos Reis, Maceió, Ubatuba e Fortaleza.
Uma forte tendência serão os minicruzeiros, em razão do preço mais baixo e da tentativa de atrair visitantes com menos dias disponíveis para o passeio: serão 45 na próxima temporada.
Apesar do ânimo das armadoras, o mercado de cruzeiros ainda está longe das águas mornas de 2011, quando 20 diferentes navios percorreram a costa brasileira, atraindo 800 mil turistas. Os números mais discretos previstos para a próxima temporada acompanham a queda na quantidade de passageiros no ano passado, quando houve recuo de 35% em relação a 2015/2016. Conforme a Clia e as empresas do setor, essa diminuição se deve ao momento desfavorável que a economia brasileira está enfrentando e à consequente redução de participação do mercado doméstico nos cruzeiros - já que ao redor do mundo a tendência é de alta. As empresas também reclamam da elevada tributação e das taxas portuárias, que tornam os pacotes mais caros.
Na temporada passada, de novembro de 2016 a abril deste ano, os cruzeiros movimentaram R$ 1,607 bilhão no Brasil, conforme levantamento da Clia Brasil e da Fundação Getúlio Vargas. O valor inclui tanto gastos diretos e indiretos das companhias marítimas quanto os gastos de passageiros e tripulantes nas cidades de embarque, desembarque e trânsito, incluindo passeios turísticos, compras, transporte e alimentos e bebidas.