Partiu RS de hoje foi até a Fronteira da Paz – entre Brasil e Uruguai –, chamada assim por ser um lugar símbolo da integração entre os dois países.
A partir de Porto Alegre, o caminho mais curto é pela BR-290 até Rosário do Sul e, depois, pela BR-158 até Santana do Livramento. São cerca de 490 quilômetros e seis horas de viagem. A pouco mais de 20 quilômetros de Livramento, uma das primeiras paisagens que a gente vê é o Cerro de Palomas, uma referência para quem chega à cidade pela BR-158.
Dá para subir até o topo – o único cuidado necessário é o de fechar a porteira depois de passar. É preciso gostar um pouco de aventura também, já que o caminho é estreito e cheio de pedras, mas vale muito a pena. De cima, temos uma vista privilegiada das planícies do pampa. Ainda crescendo, lá em baixo, a gente viu uma plantação de oliveiras, um pequeno vinhedo e até o parque eólico de Livramento.
Logo depois do cerro, pouco antes de chegar à cidade, há uma parada obrigatória para quem gosta de vinhos. É a vinícola Cordilheira de Santana, que fica perto da BR-158 e pode ser visitada todos os dias gratuitamente. A degustação de três vinhos custa R$ 20.
Voltando à BR-158, em vez de seguir reto até Santana do Livramento, fazemos um desvio pela BR-293, indo em direção a Quaraí. Da rodovia, vemos uma placa com indicações de trilhas na área de proteção ambiental do Ibirapuitã. Seguimos por uma delas até a Cascata do Macaco Branco, por 13 quilômetros, de carro, e depois a pé por um caminho de pedras.
– A gente chega aqui e tem um presente da natureza. É bem bonita a paisagem – diz a administradora Luana Derques.
Após tantos desvios, enfim, chegamos a Livramento, onde uma estátua do folclorista Paixão Côrtes dá as boas-vindas. E bom mesmo é começar o passeio saudando o dia. O nascer do sol pode ser visto de um dos muitos cerros de lá. A nossa equipe escolheu o Mirante da Santinha, de onde se tem a impressão de que o sol acorda brasileiro e vai dormir uruguaio, lá pelas bandas de Rivera.
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Aliás, turistar por esta fronteira é se confundir com o lugar onde se está. Na Praça Internacional de Santana do Livramento, é só dar mais alguns passos e pronto: estamos no Uruguai. E não precisa de passaporte para mudar de lado – só o documento de identidade já basta. Quase todo mundo que vai a Livramento acaba dando uma passadinha em Rivera também.
Nosso foco não eram as compras, mas o almoço. Opções não faltam. Escolhemos uma típica parrilla uruguaia no Restaurante La Picaña. Aceitamos a sugestão do Holger Vildózolis, diretor do estabelecimento, e provamos o queijo parrillero recheado. Depois, o entrecot. Ambos por R$ 42.
Andamos mais alguns quilômetros e chegamos ao Parque Gran Bretaña. O lugar é aberto ao público diariamente e não tem custo para quem quer passar dia, aproveitar a sombra, as áreas de banho e até as churrasqueiras.
Depois da pausa, nosso destino foi o refúgio zoológico da cidade. Os donos são um casal de aposentados que se dedica a cuidar de animais mal tratados e abandonados. Eles fazem isso há 15 anos, desde que amigos os entregaram uma capivara machucada. Depois, outros animais foram aparecendo, levados por conhecidos ou encontrados por eles mesmos, na rua, abandonados. Hoje, são 15 espécies e mais de 500 animais no pátio da casa, que precisou ser ampliado.
O casal faz isso por paixão. Aqueles animais que se recuperam e podem ser reintegrados à natureza são soltos. Outros são enviados a zoológicos uruguaios. Os que ficam são a atração dos turistas. Para ajudar a manter o lugar, eles criam mascotes, animais de estimação, para vender, e cobram uma entrada de R$ 6.
E lembra que a gente falou que o sol parece acordar no Brasil e ir dormir no Uruguai? Do lado hermano há muitos lugares para se despedir dele. Nós escolhemos a escadaria do Cerro do Marconi.
– É lindo, porque podemos relaxar, sair um pouco para desfrutar ao ar livre – diz Luani Fagundes, morador de Rivera.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)