A Ilha de Páscoa é parada obrigatória, entre Santiago e Polinésia Francesa. Meu marido e eu estivemos lá em junho de 2005, durante nossa lua de mel. A caminho do Taiti, saímos de São Paulo em um voo da Lan que fazia conexão em Santiago e tinha escala na Ilha de Páscoa na ida e na volta. Foram três dias e um desejo: o de, pelo menos, tentar desvendar os mistérios da ilha.
O primeiro veio logo na aterrissagem: como Rapa Nui (ou "Ilha Grande"), "o lugar habitado mais remoto do mundo", tem um aeroporto tão improvisado e uma pista gigante, de quatro quilômetros, que atravessa a ilha de leste a oeste? A resposta aparece logo: ela foi construída pela Nasa (agência espacial norte-americana) para eventuais pousos de ônibus espaciais. E os contrastes não param por aí.
Com pouco mais de 160 km², localizada a cerca de 3,7 mil quilômetros da costa oeste do Chile, no meio do Oceano Pacífico, a ilha tem uma população de cerca de 5 mil pessoas, sendo dois terços deles rapanuis.
Ela é praticamente toda asfaltada. Então, em apenas um dia (com muita caminhada, claro), é possível visitar os três vulcões inativos (Rano Raraku, Rano Kau e Poike), as duas praias de areia (Anakena e Ovahe) e avistar os quase mil moais em diversas fases de construção espalhados por lá.
(Arquivo Pessoal) Janine e o marido fizeram uma parada de três dias na ilha, em lua de mel
Fica difícil não perguntar como essas estátuas gigantes foram parar lá embaixo, estrategicamente posicionadas, de costas para o mar. A hipótese mais aceita é a de que seria uma espécie de homenagem aos líderes mortos, para "proteção" dos nativos.
Mas se a origem dos gigantes de pedra vulcânica com mais de cinco metros de altura e 12 toneladas é fruto das suposições dos pesquisadores, uma coisa é certa: mais do que simples turismo, conhecer a Ilha de Páscoa é forçar a imaginação e reviver seus mistérios.
*Leitora do Viagem, Janine é jornalista e professora universitária em Porto Alegre