Moradores do bairro Purumim, em Capão da Canoa, no litoral norte gaúcho, estão há 10 dias sem coleta de lixo. Relatos indicam que o problema começou no início de dezembro.
Os locais mais afetados pela falta do serviço são as ruas Cruzeiro e Orion, que acumulam sacolas com resíduos. Em outros trechos, há locais em que não há coleta entre quatro e sete dias.
A professora Denise Fontoura, 54 anos, saiu de Porto Alegre no dia 19 de dezembro para veranear na cidade. Desde então, ela e a família não viram os caminhões da coleta passar pela região, que acumula lixo nas calçadas.
— É um descaso um tanto grave. Sei que os vizinhos que moram aqui já entraram em contato com a prefeitura, mas nada foi resolvido. Em outras ruas, não se vê tantos problemas, mas essa região vem apresentando vários — conta.
Morador da rua Orion há oito anos, o montador de móveis Jair Moura dos Santos, 50 anos, disse que o problema é frequente na região durante o verão, principalmente em dezembro, por conta do Ano-Novo.
— O lixo fica acumulado por aqui durante vários dias. Só aqui, já são quatro (dias). A prefeitura justifica com o final de ano. Vários pontos são usados como descarte pelos moradores. O problema também parte da população, que descarta de forma errada — aponta.
Procurada pela reportagem, a prefeitura de Capão da Canoa atribuiu o problema à alta temporada e ao aumento populacional na cidade, o que impacta o funcionamento do serviço por conta da demanda.
Serviço vai ser reforçado
Segundo o secretário de Meio Ambiente e Serviços Urbanos de Capão da Canoa, Adão Carvalho, foi firmado um aditivo ao contrato com a empresa responsável pelo serviço para ampliar a frota de caminhões de lixo na cidade.
Atualmente, Capão da Canoa conta com 11 veículos para fazer o serviço. A partir do dia 8 de janeiro, a cidade vai contar com mais três.
— É uma medida para amenizar o problema que é causado pela alta temporada em Capão. Na virada (do ano), vai passar de 1 milhão de pessoas. Depois, vai seguir o movimento forte. Com esse aditivo no contrato, a partir do dia 8, no máximo 9, teremos esse acréscimo — garante o secretário.
Em relação à orla da cidade, que está sob responsabilidade da Secretaria de Obras, outra empresa atua no serviço e também ampliou a frota e o número de equipes para o verão.
Durante a madrugada desta segunda-feira (30), a reportagem encontrou trechos da beira-mar tomados por lixo, com parte dos resíduos sendo levados pela água.
Lixo sem coleta também é problema em Imbé
Moradores e veranistas de Imbé, também no Litoral Norte, denunciam a falta de coleta de lixo no município desde a última semana. O problema ocorre, principalmente, na região do Balneário Santa Terezinha e em Mariluz.
Alessandro Bozzetto é um dos veranistas afetados. Na rua Bagé, onde ele está passando os dias de verão, desde sábado (28) não há o recolhimento de lixo. Com isso, surge o receio da proliferação de animais, como ratos e baratas.
— Não localizamos nenhum caminhão de coleta de lixo. Várias pessoas estão tendo que colocar as coisas na rua desde sábado e a prefeitura não tem nos ajudado. A gente tem medo de que as baratas e os ratos tomem conta —relata.
A enfermeira Andréia Teixeira, 53 anos, mora na região desde 2021 e conta que a situação não é comum no local. Contudo, ela vem notando um maior espaçamento na coleta do bairro neste ano, o que contribui para o mau cheiro.
— O fedor acaba sendo insuportável, porque a gente sabe que tem esse aumento populacional por agora e que vai até o Carnaval. Não é comum (a falta de coleta de lixo), mas a gente tem medo de que passe a ser — desabafa.
Procurada, a prefeitura de Imbé informou que todos os caminhões de lixo são rastreados pelo município. A coleta na região do Balneário Santa Terezinha foi realizada na manhã desta segunda-feira (30), conforme a Secretaria da Comunicação e Transparência.
Sobre Mariluz e a rua Bagé, a prefeitura informou que fará um novo monitoramento dos locais. Conforme a pasta, em razão da alta demanda, a coleta vem sendo ampliada diariamente para dar conta do volume de resíduos descartados pela população. O número de caminhões também aumentou. Além dos cinco que atuam na cidade, outros quatro foram contratados para auxiliar no verão.