A Operação Verão no Litoral Norte do Rio Grande do Sul registrou um recorde de queimaduras por águas-vivas: ao menos 9.446 pessoas foram queimadas em 10 dias na região.
O número já supera o total registrado no mesmo período do verão passado, conforme informou Daniel Moreno, coordenador operacional da Operação Verão.
— Só na terça-feira (31), quando nós fechamos os dados, deu mais de 2,8 mil ocorrências registradas — destaca Moreno.
O fenômeno é explicado por biólogos como consequência de uma corrente marítima vinda do norte do Brasil, que traz água clara e quente para a costa gaúcha, criando condições ideais para a reprodução das águas-vivas.
Bandeira roxa
Para alertar os banhistas, os guarda-vidas hastearam a bandeira roxa, sinalizando o risco de animais marinhos perigosos no local.
A recomendação para quem sofre queimaduras é simples: aplicar vinagre na área afetada. O produto está disponível nas guaritas de guarda-vidas.
— Aquela sensação de queimação, aquele vergão que levanta e a dor já é neutralizada a partir dali. Após isso, lava com água do mar e aguarda um momento antes de lavar com água doce, água corrente de torneira — explica Moreno.
Miguel, apenas três anos, foi uma das vítimas na tarde de quarta-feira (1º).
— A gente estava ali brincando, uma pegou ele, daí eu fui ali, botei vinagre e ele quis brincar de novo. A gente vai cuidando, controlando, mas adianta pedir pra não brincar? Não, não adianta. Eles querem aproveitar — relata Maristela Rocha, mãe do menino.