Alimentação leve e o despertar de sabores da infância. Essas são expressões que resumem a busca dos veranistas em Capão da Canoa, no Litoral Norte, por lanches populares no verão.
Na reta final de 2024, a procura por sorvetes e crepes lidera novamente a lista de desejos entre o público que sai à noite para comer. Em um levantamento informal feito por Zero Hora, a preferência por esses itens prevaleceu em sete a cada 10 pessoas questionadas pela reportagem.
Um lanche leve e saboroso, mas que, por vezes, não é tão rápido e com preços que variam entre R$ 15 e R$ 45, a procura por crepes é marcada pelas filas que se formam e ultrapassam a marca de uma hora e meia de espera.
— Pela época do ano, o preço até é justo. Embora tenha bastante fila, tem a praticidade. Você vai em um restaurante e qualquer prato custa R$ 60. Por isso, cabe o crepe por conta dessa agilidade e o fato de que é bem gostoso — diz o professor de física Robson Trevisan, 32 anos, que saiu do Amapá para aproveitar o final de ano em Capão da Canoa, ao lado da família.
O gestor de TI Edson Xavier de Almeida, 51 anos, afirma não se assustar com o movimento no Litoral:
— A fila está grande, mas o preço está bom. A gente está esperando há cerca de 40 minutos para comer, mas vale a pena.
Vendido em bancas na área central de Capão, o lanche é seguido de perto pelo sorvete na preferência dos consumidores. Além de ser refrescante diante do calor, tem preços mais acessíveis, a partir de R$ 8, mas podendo chegar a R$ 50.
Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Bernardo Paz de Freitas, 20, e Ana Julia Sonza, 24, chegaram ao litoral no sábado (28) e se assustaram com os preços dos crepes. Por isso, durante a noite, optaram pela cremosidade e os sabores de sorvetes que marcaram a infância.
— São sabores que marcam e tem fila bem menor — diz Bernardo.
— O preço dos bufês de sorvete até assustam, mas a gente gosta. Não tem fila e é bem prático — afirma Ana Julia.
O presidente da Associação Comercial Industrial e Prestadora de Serviço de Capão da Canoa e Xangri-Lá (ACICC), Augusto Roesler, aponta que a forte procura aos produtos é um indicativo de parte da força do comércio litorâneo de Capão, que aposta nas marcas da cidade para atrair os clientes:
— Os crepes são marca registrada de Capão da Canoa, conhecidos como os maiores e mais saborosos do Estado. Tem fila com horas de espera, mas que após a primeira mordida, vale o tempo de aguardo. Capão é uma cidade que oferece gastronomia qualificada e para todos os níveis sociais.
Nos restaurantes, além das tradicionais a la minutas e do xis, pratos como hambúrgueres e batata frita com violinha despontam entre os novos queridinhos dos veranistas na hora da janta. O motivo? A praticidade e a leveza dos alimentos que não pesam no estômago e permitem um maior aproveitamento das noites da cidade, como relata a publicitária e relações públicas, Sarah Machado:
– É prático, gostoso, com preço salgado, mas que vale a pena. Aproveitar a noite com o estômago pesando não é a melhor sensação do mundo. Por isso, acaba sendo até uma estratégia minha e das minhas amigas por aqui.
Lanches de casa
Apesar da alta procura por lanches na cidade, o preço é uma das queixas mais comuns entre os veranistas. De dia ou à noite, a alternativa encontrada por Israel Côrrea, 38 anos, assim como seu irmão Gregory, 41, é comprar em supermercados para comer em casa ou até mesmo na beira da praia.
Com isso, as pequenas churrasqueiras ganham destaque e chamam a atenção de quem passa por algumas vias de Capão da Canoa também em períodos noturnos.
— É uma forma de economizar com o preço das coisas por aqui. Lógico que a gente entende os aumentos, mas fica complicado para o bolso de qualquer um. Por isso, a gente já traz na viagem, economiza um pouquinho e ainda come um churrasco na beira da praia ou na rua mesmo — conta Gregory.