Os pescadores da Plataforma de Atlântida, que amanheceu no último domingo (15) com parte de sua estrutura destruída em Xangri-Lá, no Litoral Norte, serão recebidos pela Plataforma de Tramandaí. A parceria permitirá que os associados que estão em dia com as mensalidades possam manter suas atividades de pesca.
— Somos muito gratos a eles — destaca o presidente da Associação dos Usuários da Plataforma Marítima de Atlântida (Asuplama), José Rabadan.
Até o momento, outras partes da estrutura em Xangri-Lá não aparentam ter desabado, de acordo com Rabadan. Um laudo aponta a integridade do espigão – trecho reto que começa na portaria e vai em direção ao mar.
Por esse motivo, o engenheiro responsável optou por liberar os 70 metros iniciais, de forma que a portaria e uma pequena parte da plataforma possam ser utilizadas – desde domingo, ninguém pode acessar o local. Em razão disso, muitos pescadores ficaram sem seus instrumentos de pesca. Nesta quinta-feira (19), o presidente da Asuplama entregou o documento assinado pelo engenheiro ao Corpo de Bombeiros, que decidirá sobre a liberação.
Nova reunião na sexta-feira
Antes de parte da estrutura desabar, a Plataforma de Atlântida já vinha sofrendo há algum tempo com a degradação e a falta de recursos. Impasses e burocracia dificultaram o estabelecimento de uma parceria entre a associação privada que administra o espaço e a prefeitura, a fim de garantir a conservação do principal ponto turístico da cidade. O local deveria ter passado por uma reforma estrutural ainda em 2022, que, entretanto, nunca saiu do papel.
Desde 2021, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estava previsto para ser firmado, envolvendo Ministério Público Federal (MPF), Advocacia-Geral da União (AGU), Secretaria do Patrimônio da União (SPU), prefeitura de Xangri-Lá e Asuplama. O objetivo seria promover a regularização patrimonial do local, permitir sua cessão e, consequentemente, garantir verbas para a recuperação e manutenção da plataforma.
Uma nova reunião sobre a questão está agendada para esta sexta-feira (20). Durante o encontro, serão debatidas medidas emergenciais voltadas à conservação da estrutura. Caso não haja sinalização concreta de solução na reunião, o MPF irá propor medidas judiciais.