No segundo final de semana de vigência do decreto que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas na Orla de Capão da Canoa, a fiscalização ficou concentrada apenas nas imediações do letreiro com o nome do município.
Durante duas horas na noite desta sexta-feira (15), GaúchaZH esteve no calçadão da cidade do Litoral Norte para conferir a vigilância da prefeitura na orla entre as Avenidas Poti e Flávio Boianovski. Até por volta da meia-noite, não houve incidentes e, conforme fiscais, seguiu desta forma até por volta das 3h deste sábado (16). As ações continuaram reforçadas nestes sete dias, quando foram registradas mais de 200 abordagens.
A reportagem esteve entre 22h e meia-noite desta sexta no trecho que abrange a proibição. Neste período, quando ventava e a temperatura era de 23 graus, havia pouco movimento na Avenida Beira-Mar. Mas o número de PMs e fiscais do município era grande. Eram pelo menos 10 brigadianos em três viaturas. Eles ficaram nas imediações da Rua Tupinambá e da Avenida Rudá, além do entorno do letreiro no calçadão, que virou atração turística, principalmente para fotos. Não foram vistos policiais civis. Os agentes da prefeitura, pelo menos oito, estavam em duas viaturas estacionadas na orla e também monitoravam as imediações do letreiro. Também havia três conselheiros tutelares.
- Tá uma noite tranquila, apesar de um pouco fria. Ainda assim, é bom ter segurança aqui nessa área central do calçadão - disse o veranista Vilmar Souza.
No entanto, nas extremidades do trecho onde a venda e o consumo de álcool é proibido, GaúchaZH não encontrou nenhum fiscal e PM, nem mesmo fazendo ronda - tanto na Avenida Fábio Boianovksi quanto nas imediações da Avenida Poti. Neste último trecho, por exemplo, por mais de 200 metros não teve qualquer fiscalização por cerca de duas horas.
Apesar de bem iluminado e de não estar com grande movimento na noite de sexta-feira, a fiscalização concentrada perto da Avenida Rudá não tinha qualquer ângulo de visão para coibir alguma irregularidade. Até por volta de meia-noite, ninguém foi visto pela reportagem bebendo ou vendendo álcool no trecho. Por volta das 23h de sexta, dois jovens que estavam com garrafas de cerveja saíram da Avenida Rudá e foram até a beira da praia para beber, ou seja, fora do trecho estipulado pelo decreto.
Fiscalização fez mais de 200 abordagens
O coordenador das Fiscalizações da Prefeitura de Capão da Canoa, Helio Tellechea, destacou que houve mais de 200 abordagens em uma semana de fiscalização. Ainda assim, segundo ele, não foi necessário tomar medidas mais drásticas em relação ao consumo de álcool por parte de veranistas ou moradores nem relação a vendedores ambulantes.
- Algumas pessoas foram flagradas, mas não em excesso. Até questionaram a medida, mas entenderam que há um objetivo maior que é evitar o dano ao patrimônio público e também garantir a ordem em um local que foi devolvido ao cidadão - ressaltou Tellechea.
Segundo o coordenador, neste sábado haverá um grande teste, quando será realizado um show em palco montado no calçadão. A fiscalização será reforçada tanto por agentes municipais e conselheiros tutelares quanto por PMs. O objetivo é evitar excessos e desordens, conforme o que foi estipulado pelo decreto. O efetivo para o evento não foi divulgado, mas será superior a média diária, que na semana que passou foi de 10 fiscais e 10 brigadianos.
A prefeitura lembra que tomou esta medida pelo fato de que houve brigas e pichação do letreiro com o nome do município há alguns dias. Também ocorreram fatos semelhantes anteriormente a este período, principalmente na faixa entre as Avenidas Poti e Fábio Boianovski.
Durante a semana, GaúchaZH flagrou pessoas bebendo na área proibida pela prefeitura. No entanto, o Poder Executivo destaca que há uma margem de tolerância e que o objetivo é coibir excessos. As pessoas flagradas cometendo irregularidades, venda e consumo exagerado, e que continuarem desobedecendo as autoridades, serão conduzidas à delegacia de polícia para assinar termo circunstanciado ou, no caso de adolescentes, serão encaminhadas para o Conselho Tutelar. A prefeitura está avaliando se vai revogar ou não a medida após o Carnaval, bem como liberar um trecho apenas. O local onde tem uma cancha de bocha, sem histórico de depredações e exageros, pode ter a permissão para consumo de álcool. Os fatos estão em análise.