Apesar da avaliação positiva que a prefeitura de Capão da Canoa faz, neste domingo (10), sobre o decreto que restringe o consumo de bebida alcoólica em trecho do calçadão, já está em estudo uma flexibilização da norma municipal para o período de Carnaval. Segundo o secretário municipal de Planejamento, Raphael Ayub, a ideia inicial é proibir a venda e o consumo apenas no entorno do letreiro que estampa o nome da cidade.
— Vamos ter que fazer algumas adaptações e regulamentar o decreto para o Carnaval, que é nossa próxima grande festa. De repente vamos proibir apenas no entorno do letreiro. E depois do Carnaval nossa ideia é revogar — conta o secretário.
Na noite desse sábado (9) e na madrugada de domingo, segundo a prefeitura, foram entre 100 e 120 abordagens a jovens que bebiam no trecho do calçadão. Como não houve resistência à orientação dos fiscais, não foi preciso recorrer à força policial, afirmou Ayub.
A medida divide opiniões. Prestes à pisar na areia, Tiago Zanotelli, veranista, diz não ver sentido na regra.
— Não tem fundamento, a gente vem pra cá para se divertir, para tomar uma bebida, curtir. Não vai poder beber aqui? Se é pra proibir que seja no horário noturno — avalia Zanotelli, de 30 anos, agricultor, que não sabia da regra.
Manoel Diniz, de 38 anos, que atua com compra de resíduos eletrônicos, por sua vez, diz que é favorável, apontando que as proibições estão em alta neste momento do país.
— Acho que é válido. E a população não tem que reclamar. O país está indo neste rumo. Não querem mais liberdade, não querem mais nada no Brasil. Se o pessoal quer rédea, é isso — avalia.
Os agentes que fazem as abordagens usam colete marrom identificado como fiscalização municipal. Conforme a prefeitura, se o aviso não for suficiente, a Brigada Militar e a Polícia Civil podem ser solicitadas.
O decreto, que vale para o calçadão entre as avenidas Poti e Flávio Boianovski, foi assinado com a justificativa de que o uso de álcool por adolescentes está relacionado com a depredação do patrimônio público e brigas.