A poucas semanas do Natal e do Ano-Novo, quando milhares de gaúchos devem ir de mala e cuia para a praia, GaúchaZH pegou a estrada, ou melhor, as estradas, para ver como estão os caminhos que levam ao Litoral Norte.
Durante três dias (26, 27 e 28 de novembro), repórteres, fotógrafos e motoristas percorreram 1,4 mil quilômetros de oito rodovias (ida e volta) para antecipar o que os motoristas terão de enfrentar para chegar ao seu lugar ao sol. Nesta parte da série, veja como estão as condições da BR-290 em cinco quesitos: pavimentação, geometria, sinalização, limpeza e serviços.
Pavimentação
Conhecida como uma das melhores rodovias gaúchas, a freeway foi motivo de preocupação às vésperas do veraneio, devido à precarização do asfalto com a falta de manutenção: mais de 600 buracos surgiram nos dois sentidos da estrada, no mês de setembro. No entanto, a empresa contratada pelo Dnit tapou a maioria dos descasques e agora há poucas exceções, como próximo aos abandonados pedágios e no trecho de Porto Alegre.
Geometria
É a única estrada gaúcha com três pistas por sentido e com trechos de quarta faixa, sem contar que há poucas e suaves curvas. No entanto, a obra da nova ponte do Guaíba pode ser um problema na saída da Capital, já que há frequentes bloqueios de duas faixas próximo aos kms 94 e 95.
Sinalização
Há pontos em que a pintura das faixas não foi refeita após obras de recapagem do asfalto, como próximo ao km 70 dos dois sentidos da rodovia. Uma das placas de "passagem livre" no pedágio de Gravataí está quase caindo. Há placas indicando uso permitido do acostamento em caso de sinal amarelo piscante, mas, por enquanto, está proibido utilizá-lo, porque ninguém está administrando os trechos.
Limpeza
O lixo que começou a se aglomerar às margens da rodovia, nos pontos de recuo de SOS, é um problema, mesmo que as lixeiras todas tenham sido removidas. A roçada também não foi completamente feita e a vegetação cobre algumas placas. A reportagem deparou com uma equipe executando o trabalho no km 40 e soube que estão seguindo no sentido Osório-Capital há mais de três semanas.
Serviços
Sem concessionaria desde julho, não há serviços mecânico e médico na rodovia. É preciso acionar terceirizados ou aguardar ambulâncias dos municípios cortados pela freeway, o que tem demorado mais – GaúchaZH encontrou três caminhões tombados em um dia e o tempo para retirada foi, em média, de 24 horas. Além disso, os horários exibidos nos painéis eletrônicos da rodovia estão atrasados. A PRF estuda destacar policiais especializados em primeiros socorros para reforçar as equipes do litoral durante o verão.
CONTRAPONTO
O que diz o superintendente do Dnit-RS, Allan Magalhães Machado
"Em relação ao pavimento, quem trafega pela freeway já percebeu que a rodovia voltou aos mesmos padrões de qualidade de quando a rodovia estava concedida. Houve aquele lapso entre julho e setembro – até a empresa que presta manutenção iniciar trabalho _ em que alguns problemas pontuais de pavimentação surgiram, mas todos já foram solucionados e a rodovia, hoje, está em plenas condições de receber o volume de tráfego do verão. A operação da rodovia ainda está sendo tratada junto à Polícia Rodoviária Federal em relação à quarta faixa para momentos de pico e controle de velocidade. A rodovia está bem sinalizada, exceto em alguns pontos onde houve intervenções no pavimento, e é preciso refazer a sinalização horizontal, o que deve ocorrer nos próximos dias. O primeiro ciclo de roçada já foi feito, começando por Osório, no sentido à Capital. Em relação à limpeza, nós temos feito coleta de lixo nos pontos de parada, porque o pessoal ainda tem o hábito de descartar lixo doméstico, o que é proibido. Os locais onde estão os pedágios preocupam, porque as cabines seguem lá e a passagem é confinada, por isso é necessário que o motorista reduza a velocidade ao limite de 40 km/h. Temos feitos operações com a PRF nesses trechos para coibir abusos, que colocam a vida dos próprios motoristas em risco."