Máscaras, álcool-gel e distanciamento social se tornaram praticamente coisas do passado. É verdade, contudo, que a pandemia deixou marcas inapagáveis na forma como as pessoas se relacionam, consomem cultura, buscam o lazer e trabalham. Se, por um lado, há transformações previsíveis que se confirmaram, como o crescimento do atendimento por delivery e a prática do home office, por outro há tendências imprevistas, como uma busca por atividades culturais até maior do que a percebida antes de 2020.
Em Porto Alegre, a quantidade de alvarás emitidos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo a serviços de alimentação e bebidas quase dobrou em 2023, até o mês de setembro, na comparação com 2019 inteiro – no ano anterior à pandemia, 141 estabelecimentos receberam liberação para funcionar nesse setor, número que saltou para 271 novas autorizações no ano passado. Em 2022, quando ocorreu a mais significativa retomada da circulação de pessoas, houve um boom de pedidos entre lanchonetes e restaurantes, que alçou o total de novas permissões para serviços desse tipo para 752.
Um hábito que parece ter vindo para ficar foi o de pedir delivery de bebidas e refeições. Pesquisa da consultoria Kantar indicou que, em 2020, o índice de consumidores que utilizaram o serviço uma vez na semana ou mais era de 15%; em 2021, aumentou para 18%; e, em 2022, para 28%. A prática, somada a um costume mantido por muitas famílias de cozinhar com mais frequência, tem reduzido a procura por restaurantes e tornado mais difícil a vida de estabelecimentos com espaços maiores e, consequentemente, aluguéis e despesas com pessoal mais altos.
– Muitas casas grandes fecharam e, hoje, observo uma tendência no surgimento de casas menores. Algumas voltaram com outro nome e outra marca, com um restaurante mais aconchegante, atendendo a um público mais nichado – observa João Melo, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel-RS).
No entendimento de Melo, a busca do consumidor tem sido por uma experiência integral – como as idas a bares e restaurantes têm sido menos frequentes, o cliente valoriza ambientes aconchegantes e que ofereçam um atendimento melhor, mesmo que o custo pelo serviço seja superior ao cobrado antes.
– As pessoas que estão indo ao restaurante querem ter uma experiência não só da comida: querem um ambiente bacana, limpo, com um bom atendimento, e o preço condizente com a experiência. Não é mais só sair para jantar, é criar um momento – resume o presidente da entidade.
Apesar de registrar leves melhoras, na comparação com 2022, o setor gaúcho de bares e restaurantes ainda luta para se recuperar dos prejuízos do período pandêmico. A expectativa da Abrasel-RS é de que o movimento volte ao normal na metade de 2024, e que a quitação de empréstimos feitos na época aconteça entre 2025 e o início de 2026. Em 2023, em média, 42,9% desses estabelecimentos registraram lucro e 27,5% equilíbrio nas contas, mas outros 29,3% enfrentaram déficit ao longo do ano.
Menor e mais intimista
O restaurante Chicafundó, localizado no bairro Floresta, na Capital, precisou voltar às origens para sobreviver à pandemia. Aberto em 2010, o empreendimento funcionou, em seus cinco primeiros anos, como um pequeno bistrô nos fundos de outro estabelecimento na Auxiliadora. Depois, se mudou para um casarão na esquina da Avenida Independência com a Rua Fernandes Vieira, onde, antes, aconteciam as operações do restaurante Chez Philippe. No segundo mês de atividades, a prefeitura emitiu uma notificação proibindo que o pátio do imóvel, tombado, fosse usado. Com isso, as possibilidades de exploração comercial do espaço pela proprietária, Elisa Prenna, se restringiram. Mesmo assim, ela e seus dois sócios, o chef Matias Moreno, seu marido, e o chef Leonardo Xerez, se mantiveram no endereço até outubro de 2020.
– A pandemia, na verdade, veio meio que para agilizar processos, em vários quesitos. Coisas que estavam sendo empurradas foram encerradas. O casarão sempre foi um peso para nós. Só de IPTU, eram R$ 27,5 mil por ano, mais R$ 17,6 mil de aluguel, e a gente tinha nove, 10 funcionários. Quando veio a pandemia, ficamos 40 dias morando no casarão, pensando o que faríamos – lembra Elisa.
A solução imediata foi produzir comida resfriada, o que segue até hoje. Os funcionários foram mantidos até 2022, mas a operação teve uma redução drástica – o casarão foi substituído por uma casinha, usada, inicialmente, apenas para cozinhar as refeições resfriadas, e, gradualmente, adaptada para comportar seis mesas, que recebem público externo às quintas, sextas e sábados, para almoço. No restante dos dias e turnos, o espaço pode ser ocupado por eventos privados.
– A gente honrou a nossa essência, aquilo que era o nosso início. Moramos aqui perto, adotamos um cachorro, escolhemos esta casa para o restaurante, porque dá para ver o céu azul. A vida do restauranteiro, do cozinheiro, é muito difícil, sem glamour.
Tu faz compras, tu gere, tu faz tudo e não pode aumentar o preço, mas tudo aumenta. Então, enxugamos o que pudemos, sem mexer na qualidade do serviço e nem do insumo, e fomos atrás da felicidade de viver – define a proprietária.
Para almoçar no Chicafundó, a recomendação é fazer reserva, já que o espaço é pequeno. Do casarão, o trio de sócios levou uma clientela cativa que contribuiu como pôde, durante a pandemia, comprando vinhos da adega do restaurante e consumindo as refeições resfriadas. O perfil dos frequentadores é de pessoas adultas e idosas, que valorizam os pratos autorais e o ambiente mais tranquilo, ao som de música clássica e sem gritaria.
Lisia Simone Bastos Beltrami, 55 anos, mantém uma relação próxima com o restaurante há nove anos – no endereço da Rua Mercedes, bairro Floresta, possui, inclusive, uma reserva fixa às sextas-feiras. A bacharela em Direito vai ao local em busca da calmaria.
– Durante a pandemia, fizemos uma clausura muito intensa. Hoje, estamos com dificuldade na retomada: quando vamos a um lugar maior ou à praia, por exemplo, tentamos evitar os períodos de mais movimento. Gostamos muito do esquema do Chicafundó por ser intimista, ter insumos bem trabalhados, tudo fresco – avalia Lisia, que considera que o restaurante é “tipo um clube”, com clientes regulares.
Elisa considera que, após a pandemia, aumentou a tendência de frequentar um restaurante e mesmo reservar o espaço para eventos privativos como uma forma de self-indulgence, expressão em inglês que pode ser traduzida como uma espécie de luxo que ela se dá de presente. Em paralelo a outros movimentos fortes, como o de procura por estabelecimentos veganos ou vegetarianos e plant-based (à base de plantas).
A retomada cultural
A pandemia mudou o modo como as pessoas se relacionam com eventos presenciais: ir ao cinema, por exemplo, foi, por meses, uma atividade proibida; quando permitida, havia regras para evitar contaminações. Pesquisa da Gower Street Analytics indica que o valor arrecadado em bilheteria em todo o mundo caiu de US$ 42,3 bilhões, em 2019, para US$ 11,8 bilhões, em 2020. A recuperação financeira tem acontecido gradualmente – em 2023, a bilheteria global foi estimada pela entidade em US$ 33,9 bilhões.
Em Porto Alegre, espaços culturais geridos pelo Estado têm registrado uma presença de pessoas até maior do que antes da pandemia. Na Cinemateca Paulo Amorim, se em 2019 houve um total de 35.486 espectadores dos filmes exibidos nas salas da Casa de Cultura Mario Quintana, o número fechou em 42.525 em 2023. No Theatro São Pedro, o público total passou de 66.810, em 2019, para 102.926, no ano passado. Nas apresentações da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa), foi de 40.293 para 41.200. Já o Museu de Artes do Rio Grande do Sul (Margs) teve, na comparação entre os períodos, 105.830 e 107.358 visitantes, respectivamente.
Em estudo divulgado no mês passado sobre os hábitos culturais dos brasileiros, em parceria com a Datafolha, o Itaú Cultural registrou uma forte retomada das atividades desse tipo no ano passado, na comparação com 2022. O crescimento foi puxado por consumo online, com 82% dos entrevistados declarando ter ouvido música em plataformas digitais em 2023 e 70% dizendo ter assistido filmes e séries por streaming. As práticas presenciais, porém, também cresceram. O principal salto se deu na vivência de apresentações artísticas (música, dança e teatro), que passaram a ser realizadas por 45% dos entrevistados, contra 18% em 2022.
A retomada das atividades é percebida com força nos editais de fomento. Criada em 1996, a Lei de Incentivo à Cultura tinha, até 2019, pouco mais de 6 mil produtores participando dos chamamentos. Após a pandemia, o número ultrapassou os 12 mil. Diretor do Departamento de Fomento da Secretaria Estadual da Cultura, Rafael Belle relata que houve um incentivo, no início, a projetos ligados ao meio digital, mas que, hoje, os profissionais do meio cultural já abandonaram a modalidade.
– Foi bom, porque conseguimos que os investimentos chegassem às pessoas, e o mercado experimentou o que tem de bom, que é conectar, mas também, em certo momento, essas possibilidades foram saturando. O processo de experimentação artística fica muito limitado (no meio online) para algumas coisas. Depois da pandemia, começamos, aí, a ter um boom de projetos e eventos – diz Belle, citando festas municipais, festivais de música e feiras do livro.
Quase quatro anos depois de decretada a crise sanitária global, entrevistados por GZH dizem conviver com reflexos do isolamento social, ainda que a situação tenha retornado à “normalidade”. Hábitos adquiridos por necessidade ou obrigação entre 2020 e 2022 – período mais crítico da pandemia – foram agregados ao cotidiano. Há os que tentam recuperar o tempo perdido por conta das limitações no combate à disseminação do vírus.
– Fiquei tantos anos sentado assistindo a filmes na minha televisão, no meu quarto, na minha sala, que agora não consigo mais ficar em casa. Valorizo o que é presencial; gosto de ver pessoas e coisas diferentes – disse à reportagem Yago Soares Machado, 21 anos, estudante de Biomedicina, enquanto esperava para assistir a um filme na Cinemateca Paulo Amorim. – Fiquei praticamente neurótico na pandemia: não queria sair de casa, nem estar com a minha família, nem ver ninguém. Evitei ir aos cinemas logo que abriram. Agora me sinto seguro, e sair de casa simboliza isso.
Matheus Portela Klafke, 22, que acompanhava Yago no cinema, aponta que há vestígios do isolamento social nas atuais idas às atividades culturais. Ele afirma ter feito parte dos que demoraram para voltar aos locais onde havia aglomeração.
– Comecei a ver muito mais filmes e séries durante a pandemia porque era o que tínhamos para fazer de forma segura, em casa, e agora virou um hábito para mim – diz. – Foi normalizado ficar em casa. Antes, sair parecia mais fácil, normal; hoje, ficou algo mais robótico.
Menos pessoas e lugares a céu aberto são dois dos requisitos buscados por André Minharro, 29 anos, quando decide sair de casa – escolhas que são, em parte, consequência dos anos vividos sob ameaça da covid-19.
– Ficar a noite inteira com cem ou 200 pessoas no mesmo local é impensável para mim hoje: não consigo nem cogitar essa hipótese. Depois da pandemia, comecei a valorizar mais as saídas com meus amigos para parques e bares onde há menos gente – afirma o analista financeiro, também à porta do cinema.
André acredita que ler mais foi uma das heranças do isolamento social:
– Levo livros para parques, restaurantes, qualquer ambiente que eu consiga me concentrar. Uma das minhas metas é terminar de um a dois livros por mês, o que tenho conseguido fazer. Ano passado consegui ler bastante e vejo que tenho gostado cada vez mais.
Lana dos Santos, 29, conta ter também adotado a preferência por lugares com menos pessoas:
– Antes eu ia muito a festas, locais onde havia multidão. Agora prefiro coisas mais calmas, para ver os amigos ou almoçar de forma tranquila. Usamos os filmes como “desculpa” para nos reunirmos nessa correria que é a vida. A pandemia nos afastou, mas o cinema está nos aproximando.
Para a estudante Adara Souza de Araújo, 22, o confinamento impediu que ela desfrutasse dos primeiros anos da vida adulta. A maioridade ocorreu no início da pandemia, quando festas, eventos sociais e culturais tiveram de ser cancelados.
– Fui começar a sair apenas aos 20 anos, quando os espaços foram reabertos. Eu quis, por isso, recuperar os dois anos em que não podia. Eu e meus amigos costumávamos fazer encontros só por chamada de vídeo – relata.
Um hobby adotado na pandemia continuou: o RPG, um jogo no qual os participantes assumem o papel de personagens em um mundo fictício. Por conta das limitações, Adara jogava de maneira online; com o fim da pandemia, adotou o formato de mesa, tradicional desse tipo de passatempo.
– O RPG tem um pé no teatro, no improviso. Penso que olhar a reação da pessoa “ao vivo” é muito melhor do que ver em uma câmera. Estar com gente de carne e osso dá um peso emocional maior em qualquer coisa que a gente faça – explica.
Já Gabriela Monteiro Campos, 21, relata ainda não ter recuperado a regularidade da participação de eventos culturais após a pandemia:
– Em Gravataí, onde moro, eventos e teatro parecem ter diminuído. Tenho vindo a Porto Alegre, que reúne mais gente. Também estou tentando ir ao cinema com mais frequência. O que aumentou para mim, após a pandemia, foi encontrar pessoas em bares, visitar amigos, para matar a saudade pelo tempo que não podíamos fazer isso.
O trabalho híbrido
Mesmo que atividades culturais e de lazer tenham feito falta durante a pandemia, a principal transformação registrada desde o início da proliferação do vírus da covid-19 foi, possivelmente, na rotina de trabalho. Entre março e maio de 2020, quem pôde adaptou seu negócio para o formato remoto. Com o tempo, muitos retornaram para o presencial. O híbrido, porém, ganhou força, com parte da jornada na empresa e parte em home office – em 2022, 8,4% dos 5,7 milhões de trabalhadores do Rio Grande do Sul relataram ter feito teletrabalho pelo menos um dia por mês. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre empresas de menor porte, freelancers e profissionais 100% remotos, a busca por espaços de coworking tem crescido. Segundo levantamento da International Workplace Group (IWG), que gerencia espaços de coworking em todo o mundo, houve um aumento de 93% na busca por locais de trabalho coletivo no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior. De 2019 a 2023, a quantidade de espaços de trabalho compartilhados saltou 63%, conforme o Censo do Coworking da plataforma Woba.
Localizada na Cidade Baixa, em Porto Alegre, a Base Workspace abriu suas portas justamente no primeiro semestre de 2022. Um casarão da família de Matheus Marcon, na Rua Luiz Afonso, foi reformado para abrigar salas de trabalho, salas de reunião e posições rotativas e fixas para trabalhadores individuais. O espaço tem acolhido um público variado: há startups, empresas com poucos funcionários, empreendimentos com uma demanda pequena de atividades presenciais, organizações internacionais que possuem um número baixo de funcionários na capital gaúcha, profissionais freelancers e até servidores públicos lotados em funções remotas, mas que preferem exercer suas atividades fora de casa. O negócio tem dado certo, conta Marcon:
– Desde o início, temos sempre uma escalada, mas ela não é linear: ganhamos clientes, perdemos alguns, ganhamos outros, perdemos um pouquinho. Mas temos conseguido atingir nossas metas e já passamos, na metade do ano, do ponto de equilíbrio.
As modalidades contratadas também são variadas. Nas 10 salas de trabalho, o inquilino faz um contrato de 12 meses e fica com a chave, como se fosse o aluguel regular de um escritório. Os móveis e o ar-condicionado, no entanto, já estão lá, e não há necessidade de se preocupar com o pagamento de serviços como luz, água, internet e o cafezinho, que é servido à vontade. Nas estações individuais rotativas ou fixas, o profissional pode fazer um pagamento mensal ou diário. No auditório, o aluguel é por turno.
De acordo com o proprietário da Base, muita gente procura o espaço para fazer o networking e não se sentir tão sozinho, reclamação recorrente, durante a pandemia, entre aqueles que trabalhavam permanentemente em casa. Além disso, pode ser uma alternativa mais barata para empresas que têm poucos funcionários. Foi o que levou Luis Dilelio, sócio da Solidez Benefícios, a locar um espaço ali.
– A empresa nasceu em março de 2023 e, inicialmente, tínhamos um escritório físico. Com a saída de um dos sócios, fomos trabalhar em home office. Crescemos de novo, contratamos funcionários e decidimos não despender nosso tempo e dinheiro em um escritório. O coworking foi uma meia solução, porque não precisamos comprar móveis e não temos problemas com internet, essas coisas – explica Dilelio, que diz ter se atraído, também, pela possibilidade de ampliar os contatos profissionais no espaço.
O empresário costuma trabalhar diariamente no formato presencial, de seu escritório na base, enquanto seu sócio atua 100% remoto. Já os quatro funcionários são híbridos.
– Até tu pegar confiança no funcionário, é importante ele ficar pelo menos um tempo aqui, no presencial, conosco. Depois, pode passar a fazer um sistema híbrido – pontua Dilelio.
O “pegar confiança” diz respeito tanto a acreditar que o profissional está cumprindo adequadamente com suas funções quanto em confiar que informações confidenciais da empresa não estão sendo repassadas. A preocupação com o vazamento de questões sigilosas também é uma preocupação do sócio da Solidez, no ambiente do coworking.
– Sou uma pessoa que fala alto. Então, às vezes, prefiro sair para poder falar. Nada é perfeito, alguém pode escutar, mas faz parte do jogo – analisa o empresário.
Karla Sanches Wunsch e Juliana Freitas são donas da empresa de marketing Onnda, que é filha da pandemia – foi criada há três anos e poderia ter uma rotina 100% digital. No entanto, as sócias fizeram questão de ter um pacote de horas contratado na Base, a fim de realizar algumas atividades presencialmente e oferecer essa possibilidade à funcionária delas. As duas prezam pela flexibilidade no regime de trabalho. Enquanto Juliana vai quase todos os dias ao coworking, Karla costuma aparecer lá uma vez por semana.
– A gente tenta deixar o sistema da maneira que fica mais confortável para quem trabalha com a gente, porque a gente sabe que isso faz diferença na produtividade da pessoa, na felicidade dela, em como ela organiza a vida dela. Só vemos impacto positivo em permitir que a pessoa trabalhe da maneira que funciona melhor para ela. Então, temos este espaço aqui para quando a pessoa precisa ou quer vir – afirma Juliana.
Apesar de defenderem essa flexibilidade, as duas acham importante haver momentos de presencialidade, para amenizar a solidão do trabalho remoto e para os momentos de brainstorming e outras atividades criativas.
– É importante ter um lugar para se ver e trocar, porque, quando tu não mantém o nível de comunicação e interação, decai muito o nível de qualidade da tua entrega e o crescimento da empresa. Pelo menos no nosso caso, em que somos sócias complementares, precisamos estar muito em contato – observa Karla.
Para o futuro, Juliana espera que o modelo híbrido permaneça, e que os tomadores de decisões mantenham a mente aberta para testar modelos diferentes.