O que significa ser negro no Brasil hoje? Com a aproximação do Dia da Consciência Negra, GaúchaZH convidou quatro pessoas a escrever a partir dessa questão. A seguir, confira o texto de Loma Pereira. Leia também os de Jeferson Tenório, Lisiane Lemos e Paulo Scott.
Por Loma Pereira
Cantora/compositora com seis discos gravados, entre eles "Um Mate Por Ti" (1992) e prêmios em festivais como a Califórnia da Canção Nativa
O racismo no Brasil exige de todos uma reflexão profunda.
A ausência de conhecimento sobre as origens das raças humanas no planeta Terra, e o que levou a humanidade a valorizar mais o ter do que o ser pode vir a se um bom começo. Desde o início da colonização no Brasil, os súditos foram instados a crer que os "negros não têm alma".
Como o padre era um representante de Deus, ninguém questionou, e assim justificaram toda selvageria! Infelizmente, os que passaram uma borracha no assunto, seguem ancorados a centenas de anos atrás, com o agravante de que adoeceram. Por muito tempo acreditei que o berço do racismo era a ignorância. Mas o tempo foi passando, e as pessoas não se esclareciam e, consequentemente, não se curavam. Hoje, percebo que, além da ignorância, há ausência de consciência, de conhecimento desde o pregresso, de amor próprio... Geralmente a pessoa que é racista não possui sentimento algum além do ódio em relação à dor e à miséria do outro, fatores que levam a patologias psicológicas graves!
Com o advento da Lei Áurea, uma ação imediatista impetrada sem qualquer análise sobre suas consequências, no futuro chegamos e aí esta o legado dos portugueses e espanhóis à nação brasileira: um espetacular número de famílias a beira da estrada ou pendurados nos morros!
O estudante negro de todos os tempos, que conseguiu chegar às universidades, com ou sem cotas, esgoela uma meia dúzia de leões por dia para provar seu valor e sua honestidade a despeito da pressão psicológica por parte de colegas e professores, que os espezinham com a maior naturalidade!
LOMA PEREIRA
Cantora
Nossos antepassados não nasceram escravos, a África não foi dizimada porque os negros eram vagabundos e, no Brasil, a grande maioria do povo negro não prosperou por total ausência de oportunidades. Algumas famílias receberam terras como forma de pagamento pelos serviços prestados – as denominadas quilombolas, mas a grande maioria foi dormir ao relento na praça da Redenção, pelas matas, praças e esquinas do Brasil, sem perspectiva qualquer para ganhar o seu sustento pela força do trabalho, exemplarmente demonstrado com o exercício de milhares de músculos, suor e fome, para erguer a nação brasileira.
O estudante negro de todos os tempos, que conseguiu chegar às universidades, com ou sem cotas, esgoela uma meia dúzia de leões por dia para provar seu valor e sua honestidade a despeito da pressão psicológica por parte de colegas e professores, que os espezinham com a maior naturalidade!
Isso é doença, porque sentem prazer pela dor do outro!
O ser humano ainda vive como se vivia há mais de cem anos. Enraizado em velhas crenças, velha consciência, guerras ultrapassadas... Enquanto a ciência anda a passos largos rumo ao progresso.
O escritor Roger Feraudy, em palestra proferida no III Congresso Internacional de Terapias de Vidas Passadas, nos conta que "em Atlântida existiram três raças: a negra, a vermelha e a amarela". Enquanto todos pensam que Cabral descobriu o Brasil em 1500, "há 40 mil anos, após uma modificação no DNA humano, surgiu a raça branca e essa co-habitou várias colonias atlantes do planeta, inclusive na denominada, Paetiti que se localizou na Amazônia.
Com esse breve parágrafo, quero dizer que há zeros demais nos números que marcam o tempo da existência das raças e que para a ciência divina tudo tem um propósito.
O que guardo como Lei principal é o Amor a toda criação, a todos os seres vivos! Enquanto não compreendermos isso retrocedemos passos atrás, e a ciência que já admite o espírito, assim como suas leis, avança anos luz rumo a nova era! O tempo para recobrarmos a lucidez anda em círculos, no limite da espera!