Antes de mais nada, a jovem de 17 anos que dá título a esta reportagem passa bem. O tal do “traumatismo ‘ucraniano’”, na verdade, foi o primeiro post da mineira Mariana Lumianeck, 17, no perfil “Coisas com o nome errado", que é um dos mais populares da semana na rede de microblogs. Em menos de 15 dias, a página soma mais de 130 mil seguidores.
O segredo? Apenas tuitar expressões da língua portuguesa que confundem os leitores – ou que muitas vezes se integraram ao nosso cotidiano mesmo estando erradas. “Li a expressão do ‘traumatismo ucraniano’ e comecei a rir muito em casa. Vieram outras ideias na minha cabeça e pensei que não poderia ficar me divertindo sozinha em casa, então veio o perfil”, conta a jovem moradora de Belo Horizonte, em entrevista ao GaúchaZH.
No começo, Mariana utilizava de ideias próprias e até mesmo dentro de casa. “Hoje mesmo minha mãe me perguntou se eu queria repolho afogado de janta”, revela, entre risos. Essas confusões, então, se refletem também nos retornos que têm aparecido via mensagem direta. “Às vezes, me mandam mensagens perguntando ‘cadê o erro desse tuíte aqui?’, é muito engraçado! Um dia desses até postei ‘chuva de granito’ e nas menções o pessoal diziam ‘como assim? Eu falava isso a minha vida inteira e estava errado”.
Por ser algo muito recente – o perfil foi criado na semana passada -, a estudante do terceiro ano do ensino médio ainda não conseguiu pensar no futuro da ideia. “O que eu não quero é que a página caia em um ciclo infinito das mesmas piadas. Meu objetivo agora é sempre fazer um tuíte melhor que o outro - ou pior, nunca se sabe (risos)”, acredita.
Vida que segue
Mesmo com o sucesso nas redes sociais, Mariana conta que leva uma vida normal. Ela se surpreendeu com os amigos compartilhando sem parar os seus posts do @nomeserrados. “Quando dizia que era eu por trás, muitos se assustavam e falavam ‘não acredito, tinha que ser mesmo’”.
No momento, a jovem estuda pela manhã e é assistente administrativa no turno da tarde. Durante os trajetos entre casa e escola, no ônibus, cria os tuítes em um bloco de notas no próprio celular, que são compartilhados aos poucos no perfil do Twitter. Ela também aceita sugestões dos usuários via mensagem direta. "Tem uma que enviou uma print de um bloco de notas com vários. O pessoal caiu na onda mesmo e tem me ajudado muito", agradece
Para os próximos anos, ela só deseja estar cursando história, porque é “muito apaixonada pela história da monarquia”. “Olha, se tudo correr bem, queria virar uma Youtuber de sucesso (risos). Não, brincadeira, só espero estar na faculdade mesmo”, finaliza.