A produção e a venda de veículos cresceram em abril na comparação com março e no quadrimestre em relação a igual período do ano anterior. A recuperação da exportação é comprometida pela operação-padrão do Ibama e Mapa. O crescimento da venda interna desde a metade do ano passado acelera as linhas de montagem e compensa a redução do embarque de veículos.
Para o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite , abril “foi um mês bastante animador, sobretudo pela alta na produção, que começa a se beneficiar do aquecimento do mercado interno, mesmo com a elevada presença de produtos importados".
O comportamento de abril responde ao aquecimento do mercado interno. Foi o melhor abril desde 2019 e o melhor resultado dos últimos oito meses. A média diária de 10.038 unidades, a mais alta em cinco anos para o mês, saltou 12,4% sobre o mesmo mês de 2023. No resultado acumulado do quadrimestre, a média diária de vendas avançou 13,6%.
Os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul afetam o setor automotivo. Além da parada de uma das principais montadoras do país – complexo da General Motores, em Gravataí – o Estado conta com importantes fabricas de veículos, máquinas agrícolas e componentes usados na cadeira cadeia automotiva. A disrupção logística e o impacto nas safras também devem ser lembrados.
O Rio Grande do Sul está entre os principais polos metal mecânicos do país. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite destacou que ainda não dá para especificar os prejuízos ao setor.
O executivo lembrou que existes problemas de logística no transporte rodoviário e aéreo que podem afetar o abastecimento de fábricas em outras regiões. Ressaltou que a situação do Estado requer muita atenção.
- Vai levar de sete a dez dias para que as coisas comecem a se normalizar a partir do fim das chuvas. O Rio Grande do Sul responde por 5% das vendas nacionais e muitas concessionárias na Grande Porto Alegre estão fechadas - enfatizou Lima Leite.
Pelos dados da Anfavea, atuam no Estado 680 concessionárias, 48 unidades fabris e 12 fabricantes de veículos e máquinas, dos quais sete são associados da entidade.
Linhas de montagem aceleram
A produção de 222.115 veículos em abril aumentou 13,5% na comparação com março e saltou 24,2% em relação com o mesmo mês de 2023. Foram 207.651 automóveis e comerciais leves, mais 16,7% sobre março 22,2% considerando o mesmo período do ano anterior.
Apenas automóveis foram 167.402, 16,7% a mais sobre março e 21,7% na comparação com o mesmo mês de 2023. Já os comerciais leves somaram 40.249 unidades, aumento de 4,6% em relação a marco e 24,1% em igual período de 2023.
Os caminhões avançaram 3,8%, com 11.652 unidades em abril saltaram 60,7% sobre o mês anterior saltaram 60,7% em relação a 2023. Os 2.808 ônibus aumentaram 6,9% sobre março e saltaram 72,5% em relação ao mesmo mês de 2023.
A venda de 220.842 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus saltou 17,6% sobre março e 37,4% na comparação com março de 2023. Automóveis e comerciais leves foram 208.348 mais 18,2% em relação ao mês anterior e 37,5% em relação ao mesmo mês de 2023. Apenas automóveis foram 164.385, mais 19,2% sobre março e 39,1% um ano antes. Os comerciais leves somaram 43.963, mais 14,7% e 31,9% no ano anterior.
O registro de 11.656 caminhões cresceu 3,8% em relação a março e 60,7% sobre um ano antes. Os 2.802 ônibus avançaram 6,9% na comparação com março e 72,5% sobre igual período de 2023.
A média diária de venda de 10.038 veículos aumentou 12,49% na comparação com março. e 8,5% em relação ao mesmo mês de 2023. No ano, a média diária de emplacamentos é 12,6% superior à do primeiro trimestre do ano passado.
Do estoque de 242,6 mil veículos, 128,7 mil foram das concessionárias e 113,9 mil das montadoras. O estoque foi equivalente a 33 dias, sendo 18 dias nas lojas e 15 nos pátios das montadoras.
A produção acumulada do quadrimestre de 714.872 veículos aumentou 6,3% sobre 2023. Foram 677.477 automóveis e comerciais leves, mais 4,8%; 31,752 caminhões, mais 29,1%; e 5.643 ônibus, com o salto de 64,8%.
Embarques caem
Na contramão da produção e venda, o resultado da exportação foi negativo. A operação-padrão do Ibama, que há meses vem represando a liberação de licenças ambientais para veículos importados, também tem prejudicado as exportações na medida em que afeta a logística das rotas comerciais.
A exportação de 27.334 veículos despencou 16,4% na comparação com março e 19,6% sobre um ano antes. Em valores, foram US$ 739.857, menos 18,9% e 18,4%.
O embarque de 109,6 mil veículos no quadrimestre despencou 26% em relação a igual período do ano passado. Em valores, foram US$ 3,136 bilhões, menos 15,6% em relação a 2023.
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