A venda de veículos recorde, a produção estável e a exportação em queda mostraram um mês atípico em julho no país. O resultado reflete o salto da venda no final de junho com o registro do veículo no mês seguinte. Julho foi beneficiado pelas medidas de incentivo do governo e de algumas montadoras que reduziram os preços.
A primeira quinzena do mês teve desempenho muito acima da média. Os resultados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostrou que a média diária de registros saltou de 8,5 mil unidades em junho para mais de 10 mil no começo do mês seguinte. O efeito foi diluído na segunda quinzena, embora as vendas continuaram elevadas, porque várias marcas bancaram a manutenção de descontos.
Julho foi o melhor mês do ano no volume de vendas e na média diária de emplacamentos desde julho de 2019. A produção permaneceu estável ainda com várias paradas de algumas fábricas ou em layoff (suspensão de contratos de trabalho).
As exportações caíram principalmente pela redução dos embarques para o Chile e a Colômbia.
A produção de 183.016 veículos caiu 3,3% na comparação com junho e 16,4% sobre o mesmo mês do ano passado. Naquele momento, o setor ainda enfrentava a crise dos semicondutores e reflexos da pandemia do coronavírus. Foram 174.364 automóveis e comerciais leves, menos 3,2% na comparação com junho e tombo de 14,1% na comparação com igual período de 2022.
O resultado acumulado dos primeiros sete meses do ano cresceu 0,3% com 1.314.984 veículos dos quais 1.249.620 foram automóveis e comerciais leves. O aumento foi de 3,3% sobre o mesmo período do ano passado.
Venda recorde
A venda de carros saltou 21,2% em julho na comparação com junho, com 195.853 emplacamentos. Em relação ao mesmo mês de 2022, a evolução foi de 23%. Foram 186.853 automóveis e comerciais leves, mais 22,4% sobre junho e 26,8 em relação a julho do ano passado.
A média diária de venda saltou de 8,5 mil veículos em junho para 10.743 veículos, o que reduziu os estoques das fábricas e das concessionárias. O estoque caiu de 223,6 mil em junho para 198,8 mil em julho, dos quais 125,2 mil (menos 7 mil unidades) nas concessionárias e 73,6 mil (menos 8 mil) nas fábricas. Correspondeu a 26 dias (menos nove dias), sendo 16 (menos seis dias) nas lojas e 10 (menos três dias) nos pátios das fábricas.
Caminhões e ônibus
O segmento de caminhões e ônibus continua amargando resultado negativo ainda como reflexo da entrada em vigor do Proconve P8. Para atender o programa, os veículos receberam tecnologias mais avançadas, que refletiram no aumento de custo, o que antecipou a compra.
A produção de 6.749 caminhões em julho caiu 4% na comparação com junho e despencou 47% sobre o mesmo período do ano passado. Os 1.903 ônibus produzidos ficaram 2,4% abaixo de junho e 39,2% em relação a julho de 2022.
No resultado acumulado de janeiro a julho, a produção de caminhões despencou 36,2% com 53.992 unidades. O segmento de ônibus tombou 30,5% com 11.442 unidades.
A venda de caminhões aumentou 5,2,% em julho comparado a junho com 7.811 emplacamentos e caiu 28,2% sobre o mesmo mês do ano passado. O segmento de ônibus caiu 15,3% com 1.5.02 registros e saltou 20,9% considerando os mesmos períodos.
De janeiro a julho foram emplacados 57.605 caminhões, menos 15,2% na comparação com os primeiros seis meses de 2022, enquanto os 12.818 ônibus saltaram 49,9%.
Venda externa
A exportação acompanhou caiu em julho acompanhando a situação dos principais países importadores como o Chile e a Colômbia.
O embarque de 30.349 veículos caiu 17,1% na comparação com junho e 27,6% sobre o mesmo mês de 2022. Em valores foram US$ 994,839 milhões, menos 0,6% em relação a junho mas mais 10,1% em relação ao mesmo período de 2022. No ano foram exportadas 257.260 unidades, menos 10,6% sobre igual período do ano passado. O resultado acumulado foi de US$ 6,737.371 bilhões, mais 16,6%.